Da Redação (*)
Brasília – Após uma rápida ação do governo brasileiro junto ao governo da China, a indústria automobilística brasileira respira aliviada com o afastamento da possibilidade de interrupção da produção nas principais montadoras instaladas no país devido a uma eminente falta de chips, essenciais para a manutenção das atividades do setor.
Nesse contexto, a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) comemorou neste sábado (01) a abertura de diálogo com a China para liberar as exportações de semicondutores ao Brasil. O governo chinês concordou em analisar a concessão de autorização especial às empresas brasileiras que estiverem com dificuldades para importar os chips.
A medida abre caminho para o fim do embargo às importações de semicondutores da Nexperia, que pode levar ao desabastecimento dos fornecedores de autopeças no país e a consequente paralisação da indústria automotiva.
China acena com licença de fornecimento de chips “caso a caso”
Segundo informe feito à Anfavea pelo Embaixador da China no Brasil, Zhu Qingqiao, as empresas brasileiras poderão solicitar exceção ao embargo por meio da Embaixada ou diretamente com o Ministério do Comércio da China. A China concederá a licença para importação a partir da análise de cada caso.
“A rápida resposta do governo brasileiro frente ao alerta feito pela Anfavea permitiu a abertura de canais de diálogo antes de o pior cenário se concretizar, que é o de paralisação de fábricas no país. Vamos acompanhar os desdobramentos nos próximos dias e dar suporte às empresas da cadeia de suprimentos para que possam reestabelecer as compras dos semicondutores o mais rápido possível e normalizar o envio de peças às fabricantes”, afirmou Igor Calvet, presidente da Anfavea.
A Associação fez também um agradecimento especial ao vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, pelo empenho e disponibilidade em atuar na busca de uma solução diante do quadro exposto pela Anfavea de riscos concretos ao setor automotivo.
ANTECEDENTES
Em outubro, o governo holandês assumiu o controle da Nexperia, subsidiária da fabricante de semicondutores chinesa Wingtech. Como resposta, a China bloqueou as exportações dos chips vendidos pela empresa. O efeito colateral desta medida foi a interrupção do fornecimento de semicondutores da Nexperia às empresas da cadeia de autopeças no Brasil.
Os chips da Nexperia são usados em peças que compõem os veículos de todas as fabricantes e, como há poucas fornecedoras globais de semicondutores, não há outras opções desses componentes no mercado.
As fabricantes notificaram as empresas brasileiras de que, se nada fosse feito, a produção de peças teria de ser interrompida em poucas semanas, levando à consequente paralisação das fábricas de veículos no país.
Em audiência na terça-feira passada, a Anfavea solicitou ao governo brasileiro que buscasse com a China uma forma de deixar o Brasil de fora do embargo.
(*) Com informações da Anfavea







