Com apoio da tecnologia, o campo brasileiro se prepara para um novo ciclo de eficiência, transparência e responsabilidade ambiental
Da Redação
Brasília – Nos últimos anos, o agronegócio brasileiro passou a enfrentar um novo tipo de desafio — tão importante quanto produtividade e rentabilidade: a necessidade de se adequar às normas ambientais, fortalecer práticas sustentáveis e comprovar a origem e a conformidade de sua produção. Em um contexto em que consumidores e mercados internacionais valorizam cada vez mais a responsabilidade socioambiental, as exigências por rastreabilidade e certificações ESG deixaram de ser tendência para se tornarem um verdadeiro passaporte de competitividade.
De acordo com o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), em 2024 as exportações do agronegócio brasileiro somaram US$ 164,4 bilhões, representando cerca de 49% do total das exportações do país. O dado reforça a relevância do setor na economia nacional e evidencia a importância de atender aos requisitos de sustentabilidade para garantir acesso aos principais destinos comerciais, como a União Europeia e os Estados Unidos.
Essa nova dinâmica impõe uma transformação profunda na forma como o campo produz, monitora e comprova suas práticas. O desafio vai além da produtividade — envolve transparência, governança e adequação a legislações ambientais cada vez mais rigorosas. Com a implementação do novo regulamento europeu contra o desmatamento — que passa a ser aplicado em dezembro de 2025 para grandes e médias empresas, e em junho de 2026 para micro e pequenas —, exportadores brasileiros de soja, café, carne e outros produtos precisarão garantir, com precisão geográfica e documental, que suas cadeias produtivas não estão associadas a áreas desmatadas ou a práticas irregulares. Nesse contexto, a tecnologia deixou de ser apenas uma ferramenta de apoio e passou a ser um elemento estratégico para a sobrevivência e o crescimento sustentável do setor.
A inteligência artificial (IA) tem se mostrado um dos maiores impulsionadores da transformação digital no agronegócio. Por meio de plataformas avançadas de análise de dados e sensores integrados, produtores e cooperativas conseguem acompanhar cada etapa do ciclo produtivo — do plantio ao embarque — com total visibilidade e precisão. Essas soluções permitem detectar anomalias, prever riscos ambientais e registrar digitalmente o histórico completo de cada lote, garantindo rastreabilidade total e transparência para auditorias e certificações. Mais do que automatizar processos, a IA possibilita decisões baseadas em dados que reduzem desperdícios, otimizam o uso de recursos naturais e contribuem diretamente para metas ESG e de descarbonização.
Importância do uso estratégico da tecnologia
Já o blockchain vem se consolidando como uma ferramenta fundamental para garantir a autenticidade e a imutabilidade das informações da cadeia produtiva, assegurando que cada etapa — do campo à exportação — seja rastreável e auditável. Somadas, essas tecnologias tornam o agronegócio brasileiro mais eficiente, competitivo e preparado para atender às exigências globais de sustentabilidade e transparência.
Para Esteban Huerta, arquiteto de soluções da BlueShift, o uso estratégico da tecnologia no agronegócio representa um divisor de águas para o futuro da produção sustentável. “O Brasil tem um dos ecossistemas agrícolas mais complexos e potentes do mundo, e a tecnologia é o que permite transformar esse potencial em eficiência e transparência. Soluções baseadas em dados, IA e blockchain oferecem ao produtor a capacidade de antecipar riscos, comprovar práticas responsáveis e abrir portas para novos mercados”, afirma. O executivo ressalta ainda que o avanço digital no campo vai muito além do cumprimento de exigências ambientais — trata-se de um movimento de modernização e competitividade global. “Quando o produtor entende que sustentabilidade e rentabilidade caminham juntas, a inovação passa a ser parte natural do negócio. É isso que impulsiona a nova era do agronegócio brasileiro”, completa o especialista.
Com soluções que unem rastreabilidade, certificações e conformidade digital, a BlueShift contribui para um agronegócio mais transparente, sustentável e conectado às demandas globais. A tecnologia, antes vista como um diferencial, tornou-se o elo entre eficiência e responsabilidade — mostrando que o futuro do campo está nas mãos de quem sabe usar os dados para produzir com propósito.








