José Augusto de Castro, Presidente Executivo da AEB

AEB vê na tarifa de 10% aplicada por Trump estímulo para redução do custo Brasil

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Da Redação –

Brasília – A imposição pelo governo dos Estados Unidos de uma taxa de 10% sobre produtos exportados pelo Brasil, anunciada ontem (2) pelo presidente Donald Trump, foi recebida com alívio “contido” pelo presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil, José Augusto de Castro. Segundo ele, “acredito que não podemos comemorar e muito menos lamentar” o tratamento dado ao Brasil no “tarifaço” que atingiu pelo menos 60 parceiros dos Estados Unidos em todo o mundo.

O executivo da AEB afirmou que “acho que tivemos um alívio, que poderá ser temporário ou definitivo e só o tempo vai comprovar mas acho que a chance de ser temporário é muito grande e com a taxa de 10%, o Brasil está incluído na categoria da tarifa mínima, juntamente com os demais países sul-americanos”.

Ao mesmo tempo em que mostrou-se aliviado com a “baixa” tarifa imposta ao Brasil, José Augusto de Castro afirmou que “não acho que seja lógico tributar com uma taxa de  10% tanto uma commodity quanto produtos manufaturados. A lógica seria taxar os produtos manufaturados e não as commodities, porque elas {as commodities} subentende-se, são matéria-prima básica pra os Estados Unidos. Ao tributar em 10% os produtos básicos, os EUA estarão elevando o custo de produção de bens manufaturaos em seu mercado interno. Com isso, vão gerar inflação e outros problemas”.

Mundo faz contas em compasso de espera

Para o executivo da AEB, “ainda existe muita coisa a ser esclarecida e temos que aguardar os próximos passos”. Ele reforça que “nestes momentos, o que o mundo está fazendo são cálculos. E em especial os exportadores e importadores, que terão que ajustar seus preços. O exportador terá que ajustar os seus preços tanto quanto os importadores. Terão que verificar os preços de compra de suas matérias-primas e componentes e assim chegar ao valor do bem a ser exportado. E os americanos, mais do que nunca, terão que fazer as suas contas porque agora ele passa a ter, pelo menos teoricamente, diversos concorrentes que vão fornecer os mesmos produtos. Então, vai haver uma concorrência e o fator preço passa a ser fundamental”.

José Augusto de Castro acredita que o Brasil deveria aproveitar o cenário de hoje, com a aplicação dessa tarifa, e promover um redução do chamado custo Brasil. E complementa: “com taxações mais elevadas impostas à China, Coreia, Índia e ao Japão e aos membros da Associação dos  Países do Sudeste Asiático (Asean), vamos ter muita exportação desse grupo de países voltadas para o Brasil, teremos redução das exportações {desses países para os Estados Unidos} e o Brasil poderia aproveitar esse espaço. Mas para isso teremos que enfrentar dois graves obstáculos no plano inerno, que são o custo Brasil e a taxa de câmbio”.

Voltando a falar sobre a taxa de câmbio no Brasil, o presidente da AEB disse que “nos últimos três meses, o real se valorizou mais de 10% e com isso temos um problema chamado taxa de câmbio e isso representou mais de 10% nas importações e para exportar teremos, teoricamente, que aumentr o nosso custo em outros 10%, referentes ao câmbio. Esse é um fator que vai dificultar. Mas, na verdade, o que mais precisamos é reduzir e não aumentar o custo Brasile isso é o que teremos que enfrentar no mercado interno”.

 

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