AEB projeta superávit de US$ 77,071 bilhões para a balança comercial em 2024, 2o. maior saldo da história

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Da Redação 

Brasília – A balança comercial brasileira deverá fechar 2024 com um superávit de US$ 77,071 bilhões, queda de 22% em relação ao recorde histórico de US$ 98,838 bilhões apurado em 2023. Apesar da redução, esse pode ser o segundo maior superávit já alcançado pelo Brasil, inferior apenas ao registrado em 2023, recorde absolluto da série histórica.

O saldo resultaria de exportações de US$ 327,676 bilhões (retração de 3,5% em relação ao montante de US$ 339,672  bilhões registrados no ano passado) e importações projetadas de  US$ 250,605 bilhões (alta de 4% comparativamente com US$ 240,834 bilhões alcançados em 2023). Os dados constam aa revisão da balança comercial, com as projeções para 2024, divulgada hoje (18) pela Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB).

De acordo com a AEB, a revisão das projeções do comércio exterior brasileiro para 2024 foi realizada com base no cenário atual, passível de pequenas oscilações, para cima ou para baixo, porém, sem a epectativa de impactos expressivos sobre seus resultados. A Associação ressalta ainda que “deve ser destacado que, ao contrário do verificado em 2023, quando ocorreram quedas simultâneas nas exportações e importações, porém com superávit recorde, no corrente ano são previstas reduções das exportações, crescimento das importações e encolhimento do superávit comercial, este último em razão de maior impacto negativo das exportações”.

Em função desses números (queda de 3,5% das exportações e elevação de 4% das importações), a revisão elaborada pela AEB prevê uma corrente de comércio de US$ 578,281 bilhões para 2024, com uma leve queda em relação aos US$ 580,506 bilhões apurados em 2023.

Ao elaborar o documento, a AEB considerou cenários e fatores que permanecem relevantes, tais como a manutenção da guerra na Ucrânia, a estabilidade econômica mundial, a agressividade comercial da China, as ações comerciais defensivas dos Estados Unidos e da Europa, o rearranjo industrial no mundo em transção, a inflação mundial, a definição dos níveis das taxas de juros, o equilíbrio no fornecimento de insumos básicos e a osciações “civilizadas” das cotações das commodities, entre outros.

Em um cenário marcado por tantas variantes, o Brasil deverá seguir centralizando seu comércio exterior nas exportações de commodities, sem possibilidades de agregar produtos manufaturados à sua pauta exportadora: “o cenário atual mostra que, devido aos preços mais baixos, porém ainda competitivos, o Brasil torna-se dependente das exportações de commodities e sem perspectivas de agregar valor, pois o Brasil e suas empresas exportadoras não têm controle sobre preços e quantum desses produtos. Com isso, o Brasil permanece na dependência de decisão das empresas importadoras e de seus países, em geral desenvolvidos, que fazem valer sua larga tradição em negociações internacionais”.

Balança comercial “errática”

Na percepção da AEB, os dados da balança comercial brasileira mostram um desempenho errático, com a série analisada a partir de 2013 não possuindo uma sequência lógica ou natural. Nesse contexto, o falor das exportações de US$ 232,5 bilhões apurado no distante ano de 2013 foi superior às exportações de  todos os anos subsequentes até 2020 e muito próximos dos recentes anos de 2021, 2022 e 2023. Confrontado o total exportado em 2023, de US$ 232,5 bilhões, com todos os valores apurados entre 2012 e 2020 mostra que em todos esses anos ocorreu redução do montante exportado, resultando em perda, no país, de milhares de empregos qualificados.

Situação semelhante é registrada no tocante às importações. Para a AEB, “em 2013 as exportações somaram US$ 241,5 bilhões, valor praticamente idêntico ao projetado para este ano de 2024 (US$ 250,6 bilhões), e, exceção feita apenas ao ano de 2022 (US$ 272,6 bilhões), superior a todos os demais anos, sempre com altos e baixos”.

Petróleo, líder das exportações

Para a AEB, em 2024, as exportações de soja devem totalizar 90 milhões de toneladas, queda de 11,5% em relação ao volume recorde de 101,8 milhões de toneladas embarcadas no ano passado. Com a retração nos embarques da oleaginosas, o petróleo em bruto deverá assumir, pela primeira vez na história, a liderança do ranking dos principais produtos exportados pelo Brasil, com uma receita projetada de US$ 50,612 bilhões”.

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