Abiove: sem acordo com  Monsanto, indústrias pedem garantia de exportação do complexo soja

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São Paulo – É com preocupação que a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) dirige-se aos produtores e ao mercado para reportar que foi informada por suas associadas sobre a falta de um acordo comercial individual com a Monsanto para prestação de serviços demandados por essa empresa, relacionados ao monitoramento do recebimento de soja em grão e à cobrança de royalties devidos pelos sojicultores que utilizaram a tecnologia Intacta RR2 PRO™ .

Como a Monsanto não tem desenvolvido um plano de negócios para fazer, ela mesma, o monitoramento do plantio da soja Intacta e cobrar os royalties sobre sementes salvas pelo produtor, dependendo das indústrias para fazê-lo, o setor renova sua preocupação, expressa em algumas oportunidades, com o plantio da soja Intacta sem que haja um acordo prévio que estabeleça claramente as condições da prestação destes serviços pelas empresas compradoras da soja. Ademais, poderão ocorrer repercussões prejudiciais ao produtor rural, à cadeia produtiva da soja e derivados e à balança comercial brasileira.

Os riscos de eventuais embaraços futuros pela Monsanto à comercialização e industrialização da soja Intacta, especialmente diante da ausência de um entendimento comercial com a maioria das empresas compradoras (indústrias, tradings, cerealistas e cooperativas), poderão fazer com que os processadores e tradings não possam receber aquela soja.

As exportações de soja e derivados (estimadas em US$ 23,7 bilhões em 2015) são estratégicas para as contas externas do País e não podem ficar expostas a incertezas desta natureza.

Muito embora o segmento processador de soja que a ABIOVE representa não seja parte da relação entre a Monsanto e o usuário da tecnologia Intacta (produtor rural), a Abiove e seu quadro associativo têm envidado seus melhores esforços para buscar um acordo para a prestação dos serviços demandados pela Monsanto, de modo a colaborar com a disseminação de tecnologia no campo e evitar distúrbios na cadeia produtiva que prejudicam o setor de processamento de soja, principalmente o produtor rural, e o Brasil.

Diferente de outros países, como os Estados Unidos, a Monsanto ainda não se organizou no Brasil para ela mesma executar seus próprios controles e mecanismos de cobrança de royalties, e vem buscando impor às processadoras e tradings a sua realização, dentro de parâmetros que, de acordo com as associadas à Abiove, não podem ser tolerados, por lhes causarem prejuízos.

A Abiove reitera a sua postura de transparência com o produtor rural brasileiro e com o mercado, e informará sobre eventuais desdobramentos relevantes do tema.

Carlo Lovatelli, presidente da Abiove, disse que levará ao conhecimento das autoridades competentes as preocupações e dificuldades reportadas pelas indústrias processadoras, com o objetivo de buscar uma solução ao impasse, de forma a evitar que as exportações brasileiras do complexo soja sejam alvo de qualquer obstrução no exterior.

Fonte: Abiove

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