Crédito: foto Abiec/Divulgação

ABEC e CNA divulgam nota expressando grave preocupação com imposição pela China de tarifas de 67% contra exportações da carne bovina brasileira

Compartilhe:

Da Redação (*)

Brasília – A Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (ABIEC) e a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) divulgou hoje (31) comunicado expressando grave preocupação com a decisão do governo da China de impor medidas de salvaguardas que podem chegar a 67% contra as exportações de carne bovina brasileira para o país asiático. Segundo as duas instituições, a aplicação das medidas de salvaguarda pela China, no contexto da investigação conduzida sobre as importações de carne bovina, altera as condições de acesso ao seu mercado e impõe uma reorganização dos fluxos de produção e de exportação. Esses embarques dizem respeito a produtos com valor agregado e perfil distinto do consumo doméstico, associados à geração de emprego e renda no setor. A China permanece como o principal destino da carne bovina brasileira e um importante mercado para o funcionamento da pecuária nacional.

A medida passa a valer a partir de 1º de janeiro de 2026 e estabelece uma quota crescente nos três primeiros anos, iniciando em 1,106 milhão de toneladas no primeiro ano, com tarifa de 12% para os volumes dentro da quota e sobretaxa de 55% para os volumes excedentes, resultando em tarifa total de 67% fora da quota. Em 2025, as importações chinesas de carne bovina brasileira somaram cerca de 1,7 milhão de toneladas, o equivalente a 48,3% do volume exportado. Nesse cenário, passam a ser necessários ajustes ao longo de toda a cadeia, da produção à exportação, para evitar impactos mais amplos.

Relação comercial histórica baseada na previsibilidade e no cumprimento de requisitos sanitários elevados

A Associação e a CNA destacam que “as exportações brasileiras para a China são fruto de uma relação comercial construída ao longo de anos, baseada em fornecimento regular, previsibilidade e estrito cumprimento dos requisitos sanitários e técnicos acordados entre os dois países. A carne bovina brasileira, reconhecida por sua qualidade, exerce papel complementar no abastecimento do mercado chinês e contribui para a estabilidade da oferta ao consumidor”.

No comunicado, as duas instituições destacam que a cadeia da pecuária bovina tem papel central na economia brasileira, levando renda a milhares de municípios e sustentando cerca de 7 milhões de empregos diretos e indiretos. Aproximadamente 70% da carne bovina produzida no Brasil é destinada ao mercado interno, enquanto cerca de 30% é exportada, evidenciando o caráter complementar das exportações e sua importância para o equilíbrio e o funcionamento da cadeia pecuária nacional.

A ABIEC e a CNA concluem afirmando que seguirão acompanhando a implementação das medidas, atuando diretamente junto ao Governo Brasileiro e às autoridades chinesas para reduzir os danos que essa sobretaxa causará aos pecuaristas e exportadores brasileiros e para preservar o fluxo comercial historicamente praticado.

(*) Com informações da ABIEC e CNA

 

Tags: