Brasília (Comex-DF) – As exportações por meio da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) em Minas Gerais registraram queda de 20% no mês passado em relação a outubro. Entretanto, na mesma base de comparação, o acumulado de janeiro a novembro atingiu crescimento de 29%. Porém, o volume de operações realizadas pelo Exporta Fácil, serviço criado pelos Correios a fim de agilizar o processo, deverá encerrar o ano com um crescimento de até 15% em relação ao exercício anterior.
De acordo com o gerente-geral de negócios dos Correios em Minas, Alexandre Magno de Abreu, a queda nas exportações no mês passado ocorreu em virtude, principalmente, da desvalorização do dólar frente ao real. “Em novembro do ano passado, o dólar estava cotado a R$ 2,39, já neste mês, ele ficou na média de R$ 1,75, o que resultou em um recuo das operações em 37%, em relação a 2008”, afirmou.
A desaceleração da economia em função da crise mundial também contribuiu para a queda na procura pelo serviço. Em novembro, os Estados Unidos, por exemplo, onde as remessas do Exporta Fácil são mais representativas, perderam a liderança nas compras dos manufaturados mineiros, ficando com uma parcela de 13,4% do total exportado pelo Estado. Assumiu a liderança nas demandas, a França, com 16,7%.
Entretanto, no acumulado de janeiro a novembro, o envio de mercadorias atingiu 29% de aumento, em relação ao exercício anterior. Do total de produtos que foram exportados por meio do Exporta Fácil, desde o início do ano, 52,8% saíram de São Paulo, cerca de 11% foram provenientes de Minas Gerais, 9,8% do Rio de Janeiro e 6,8% do Paraná. Pedras preciosas – Em Minas Gerais, Belo Horizonte, Teófilo Otoni (no Vale do Mucuri) e Governador Valadares (no Vale do Rio Doce) são as cidades que mais participaram do programa dos Correios no último mês.
“No caso de Governador Valares e Teófilo Otoni, as exportações são majoritariamente de pedras preciosas”, observou Abreu. “Inclusive, as mercadorias mais vendidas pelos empreendedores mineiros para o exterior em novembro, foram os artefatos de joalheria, metais preciosos e bijuterias”, apontou. Segundo o gerente-geral, existe uma tendência de elevação dos embarques até o fim do ano já que a economia mundial está passando por um processo de aquecimento.
“A instabilidade do mercado dificulta apontarmos uma previsão exata, mas acredito em um aumento de aproximadamente 15% nas exportações, em relação a 2008”, apostou. Para 2010, a previsão de Abreu é que as vendas externas das micro, pequenas e médias empresas alavanquem ainda mais. “Com a previsão de que o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro irá aumentar consideravelmente e do jeito que os números em toda a América Latina seguem crescendo, a perspectiva é que teremos um ano muito positivo para as exportações”, completou.
O Exporta Fácil iniciou suas atividades no final de 2000, quando foram registradas 6,745 mil remessas comerciais de todo o Brasil para o exterior. Em 2002, o volume passou para 11,440 mil e no ano seguinte chegou a 19,635 mil. Cerca de 80% das empresas que utilizam o serviço são de micro e pequeno portes.
Fonte: Diário do Comércio