Brasília (Comex-DF) – Apesar da crise internacional que afetou as economias de todo o mundo, o Distrito Federal deverá encerrar o ano de 2009 com exportações próximas dos US$ 150 milhões vendidos ao exterior no ano passado, graças a um importante crescimento das vendas externas iniciado no mês de julho e com forte tendência de prosseguir nos quatro últimos meses do ano e aos esforços realizados em busca de uma maior diversificação da pauta exportadora.
Esta é a opinião do presidente da Fibra, Antonio Rocha, para quem Brasília se tornará em breve um importante polo de tecnologia da informação através da implantação da Cidade Digital, do crescimento das empresas aqui sediadas e também devido à atração de tecnologia e investimentos brasileiros e de terceiros países.
Segundo técnicos da Fibra, a expectativa em janeiro era de uma retração das exportações do DF da ordem de 50%, devido aos efeitos da crise internacional. Esse panorama parecia se concretizar até que em julho e agosto verificou-se uma forte tendência de recuperação das vendas externas e nesses meses as exportações do DF alcançaram níveis superiores à média mensal registrada em 2008.
Crise menos rigorosa que o esperado
Para o presidente da Fibra, essa performance confirma os prognósticos feitos pelos analistas financeiros e sinaliza uma reversão de expectativas no comércio internacional. Com isso, afirma Rocha, “a busca por novos mercados e a diversificação da pauta de exportações do DF tornam-se essenciais para fortalecer ainda mais as nossas vendas ao exterior”.
Em entrevista exclusiva ao site Comex-DF, Antonio Rocha mostrou-se otimista ao analisar o comércio exterior do DF e revelou que Brasília não sofreu os rigores da crise e que, pelo contrário, o momento adverso da economia mundial fez com que o DF buscasse uma maior diversificação de mercados no exterior e nesse contexto a China passou a figurar entre os mais relevantes países de destino das exportações locais.
Antonio Rocha ressaltou que “o Distrito Federal começou o ano com as exportações em queda se comparadas com igual período do ano passado e esse panorama persistiu até o mês de maio. Em junho e julho verificou-se um aumento expressivo das exportações e agora em agosto as vendas ao exterior totalizaram US$ 15,976 milhões, resultado 8,1% maior do que o desempenho registrado em julho”
Na opinião do presidente da Fibra, “a verdade é que Brasília como um todo não sofreu os rigores da crise, mas as empresas que produzem para exportar foram afetadas pela adversa conjuntura internacional. Uma forte queda das vendas ao exterior persistiu durante os primeiros meses do ano e a partir de junho começou a reação. Ainda assim, quando se compara o bimestre junho/julho de 2009 com igual período do ano passado ainda temos uma queda de 21,48%. Apesar disso, e baseado nos dados de agosto e na própria evolução do comércio brasileiro e internacional, a expectativa é de que o DF chegará ao final do ano com um desempenho bem próximo daquele verificado no ano passado, ou seja, com exportações em torno de US$ 150 milhões, o que não pode deixar de ser considerado um resultado positivo”.
Repetir em ano de crise o desempenho de uma temporada positiva atesta, segundo Antonio Rocha, que os produtos fabricados no DF têm competitividade no mercado externo. O carro-chefe das exportações é o frango, que é exportado para o mundo inteiro, da Venezuela ao Oriente Médio, passando por diversos países da Europa e este ano chegando à China, que em 2009 apareceu pela primeira vez como um importante cliente para os frangos produzidos no DF.
Diversificação das exportações
Depois de destacar que as vendas externas de frango são responsáveis por 79% de todas as exportações realizadas pelo DF, Antonio Rocha sublinhou que, “o DF tem um perfil industrial diferenciado do perfil brasileiro como um todo e temos feito um grande esforço visando diversificar a pauta exportadora e ampliar o leque dos nossos clientes no exterior. Com esse objetivo participamos de diversas missões acompanhando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e também estivemos presentes em missões organizadas pelo MDIC, o que tem contribuído para melhorar o desempenho das exportações brasilienses’.
Na falta de grandes empresas exportadoras, revela Antonio Rocha, “aproveitamos essas missões ao exterior para mostrar o potencial do DF, falamos sobre a Cidade Digital e relatamos as vantagens oferecidas por Brasília aos investidores externos. Também procuramos mostrar que em áreas como as dos fármacos, da tecnologia da informação, dos semicondutores, o DF possui enormes atrativos. Acima de tudo, buscamos deixar claro que Brasília não é somente a capital política e administrativa do país, mas que é também um excelente espaço para abrigar investimentos de qualquer país do mundo”.
Além disso, o presidente da Fibra ressaltou que “utilizamos os programas implantados pelo GDF, pelo Sebrae, pela Apex-Brasil no sentido de apoiar a internacionalização das pequenas e micro empresas, orientando-as sobre como exportar seus produtos. É importante lembrar que em 2004 as exportações do DF eram da ordem de US$ 30 milhões e hoje totalizam mais de US$ 150 milhões ao ano. Pode parecer pouco relevante mas a verdade é que se trata de um salto expressivo”.
Polo de informática
Na avaliação do presidente da Fibra, “temos procurado expandir nossas exportações e o setor da tecnologia da informação é uma das áreas mais promissoras. No tocante à automação bancária, por exemplo, produzimos itens com alto valor agregado e podemos explorar o mercado internacional com esses produtos. Aqui estão sediadas algumas das maiores empresas brasileiras de informática, como a Politec, a Poliedro, a Ctis. A Politec é uma grande empresa na área da automação bancária, com forte atuação no setor e com presença em vários países do mundo, inclusive na China”.
Segundo Antonio Rocha, o avanço tecnológico do DF se dará com a implantação da Cidade Digital, que já se encontra em processo de licitação e poderá acolher empresas da área da tecnologia da informação: “na Cidade Digital serão instalados os data center do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal e várias outras empresas seguirão esse caminho”.
O presidente da Fibra está seguro de que há vários e bons motivos para que essas empresas sejam atraídas para o DF: “em Brasília há um grande mercado. Somos a oitava maior economia do país e o DF possui a renda per capita mais elevada da Federação. Além disso, Brasília conta com um cenário bastante favorável para uma formação profissional altamente qualificada através das universidades e escolas técnicas. Tudo isso nos leva a crer que podemos esperar pela chegada de empresas importantes que virão para a cidade e aqui farão investimentos, contribuindo de forma decisiva para o desenvolvimento do pólo de informática”, afirmou.
Mas as possibilidades de bons negócios para as empresas do DF no exterior não se restringem ao campo da informática: “trabalhamos intensamente visando diversificar nossa pauta exportadora fazendo com que empresas dos setores eletroeletrônico, do vestuário e moveleiro também busquem sua inserção no mercado internacional. Através de programas como o Exporta Fácil, dos Correios, com o apoio da SDE do GDF, de instituições como a Apex-Brasil e o Sebrae essas empresas aos poucos vão conquistando novos mercados no exterior. É verdade que ainda não são grandes negócios, mas o importante é que progressivamente vai se consolidando uma cultura exportadora entre nossas empresas”, finalizou o presidente da Fibra..