Da Redação
Brasília – Graças sobretudo a uma forte contração das importações (da ordem de 27,08% até o mês de novembro), o Brasil deverá fechar o ano de 2016 com o maior superávit já registrado na história do intercâmbio comercial com a China, superando o recorde histórico de US$ 11,524 bilhões alcançado em 2011.
Este ano, de janeiro a novembro, a balança comercial entre os dois países proporcionou ao Brasil um saldo de US$ 11,416 bilhões, resultado de exportações brasileiras no montante de US$ 32,697 bilhões (queda de 2,17% comparativamente com o mesmo período de 2015) e vendas chinesas totalizando US$ 21,281 bilhões (27,06% inferiores aos embarques realizados no ano passado). Os dados são do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC).
Em 2015, o Brasil teve um superávit de US$ 4,888 bilhões no comércio com a China, principal parceiro comercial brasileiro. No ano, as exportações brasileiras registraram uma queda de 12,33% em relação ao ano de 2014 e atingiram a cifra de US$ 35,608 bilhões. Em contrapartida, as vendas chinesas, que tiveram uma contração da ordem de 17,34%, somaram US$ 30,719 bilhões.
De janeiro a novembro deste ano, a China foi o destino final de 19,3% das exportações globais brasileiras e o país ocupou o primeiro lugar no ranking dos principais mercados para os produtos brasileiros no exterior. Do outro lado, a China forneceu 16,9% de todo o volume importado pelo Brasil, o que fez do país asiático o segundo maior exportador para o mercado brasileiro.
No tocante às exportações brasileiras, foram verificadas quedas nos embarques de produtos básicos, semimanufaturados e manufaturados. Os itens básicos, responsáveis por 81,7% das vendas aos chineses, tiveram uma queda de 2,1% e geraram uma receita no montante de US$ 26,731 bilhões. Os bens semimanufaturados, com uma fatia de 12,9% nas exportações, sofreram uma queda de 1,6% e totalizaram US$ 4,24 bilhões. Em relação aos produtos manufaturados, os dados do MDIC mostram uma redução de 4,3% nas exportações e uma receita de US$ 1,75 bilhão.
Os dados da balança comercial com os chineses repetem este ano uma cada vez mais crescente concentração das exportações em bens primários, de baixo valor agregado. As vendas de soja mesmo triturada, o principal item exportado para a China, responderam por 43% do total exportado e mesmo com uma queda de 9,2% geraram uma receita de US$ 14,19 bilhões. O segundo item de maior participação nas exportações brasileiras, os minérios de ferro, tiveram uma alta de 8,6%, responderam por 19% dos embarques e geraram um faturamento de US$ 6,32 bilhões. Outro item relevante na pauta exportadora, o petróleo, respondeu por 11% das vendas ao país asiático e tiveram uma redução de 3,8%. Ainda assim, geraram uma receita de US$ 3,66 bilhões.
Entre os destaques nas exportações para a China merecem ser citadas as carnes de frango e bovina. Trata-se de dois produtos que até recentemente não tinham nenhuma expressão no ranking dos principais produtos exportados para o mercado chinês e que este ano começaram a ganhar uma maior relevância na pauta exporadora. A carne de frango, com alta de 44,8%, gerou uma receita de US$ 798 milhões e a carne bovina, graças a um aumento de 59,5% proporcionou um faturamento de US$ 640 milhões.
Por outro lado, as exportações chinesas sofreram uma redução significativamente maior que aquela registrada nas vendas brasileiras e, da mesma forma, apresentaram quedas em todas as categorias de produtos. Os itens básicos caíram 21,8% para US$ 556 milhões, os produtos semimanufaturados amargaram uma retração de 30,0% com uma receita de US$78 milhões e os bens industrializados, responsáveis por 97% de todo o volume vendido pela China ao Brasil, tiveram uma queda de 27,5%, gerando um faturamento de US$ 20,65 bilhões.