São Paulo – O ministro da Agricultura em exercício, Eumar Novacki, afirmou na manhã desta quinta-feira (28), durante reunião com representantes do setor na Fiesp, que a pasta está empenhada em traçar objetivos claros, melhorar a eficiência e manter aberto o diálogo com o setor privado a fim de melhorar a excelência do agronegócio brasileiro.
Novacki afirmou que o ministro Blairo Maggi e toda a equipe do Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento estão trabalhando fortemente em duas frentes: abertura de mercados e sustentabilidade e que, para alcançá-las é preciso modificar alguns processos internos, além de contar com a ajuda dos servidores e da indústria que move todos os elos do setor.
“Queremos alcançar 10% do mercado internacional. É [meta] ousada, mas é possível. No entanto, só conseguiremos isso se fizermos a lição de casa, e essa lição é a desburocratização do ministério”, dizendo que por isso é importante o envolvimento de todos, a começar pelos funcionários do próprio órgão. A participação do Brasil no comércio mundial agrícola hoje é de 6,9%. O ministério pretende chegar à meta estabelecida nos próximos dez anos.
“Fizemos um levantamento interno de processos desnecessários e um grupo específico para trabalhar nisso. [Encontramos] muitas coisas desnecessárias, como a duplicidade de fiscalização, por exemplo, que é um processo desnecessário. O dinheiro gasto com isso vai para o lixo, já que esse processo não serve para aquecer a economia.”
Sobre a bandeira da sustentabilidade, ele diz que, apesar de o Brasil ser “o único país no mundo com quase 62% de vegetação nativa intacta”, é preciso agregar esse “selo” à produção nacional. “Dizer ao mundo que temos qualidade com sustentabilidade”, defende. “Queremos produzir, mas com respeito ao meio ambiente, e hoje já não dá mais para fugir disso.”
Mario Cutait, diretor do Departamento do Agronegócio da Fiesp (Deagro), foi o mediador da reunião, que permitiu às entidades representativas da indústria (sindicatos e associações) apresentarem suas demandas ao ministro em exercício. Cutait apresentou os números do Outlook e defendeu o trabalho em conjunto e o estabelecimento de metas que possam ajudar de fato o setor, inclusive a longo prazo.
“Nosso objetivo aqui é unir a indústria e o ministério e tentar construir uma agenda comum e, se possível, um plano de ação”, resumiu. “Temos que fazer um planejamento estratégico para 10, 20 anos. E não só para o agronegócio. O Brasil também precisa disso, precisamos pensar qual país queremos ser daqui a uma década. ”
Cerca de 40 entidades estiveram representadas durante o encontro e também contribuíram com o diálogo ao expor as dificuldades que encontram em suas áreas específicas. Entre os temas abordados estão questões ligadas à facilitação de comércio, defesa agropecuária, fiscalização, rotulagem, política agrícola, problema de desabastecimento de matéria-prima, crédito agropecuário, normas da Anvisa, dupla anuência, Código Florestal e Regularização Ambiental.
Fonte: Fiesp