Superávit na balança comercial com a China volta a cair em julho e pode virar déficit ainda em 2015

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Da Redação

Brasília – O superávit que o Brasil vem acumulando no comércio com a China desde 2009 e que  num período de seis anos atingiu o total de US$ 41 bilhões, poderá transformar-se em deficit, fato que aconteceu pela última vez em 2008, quando a balança bilateral proporcionou à China um saldo de US$ 3,533 bilhões. Este ano, de janeiro a julho, o superavit brasileiro soma US$ 2,602 bilhões, contra um superavit de US$ 6,242 registrado em igual período do ano passado, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.

A forte queda no saldo da balança comercial com os chineses é o resultado de uma importante contração nas exportações brasileiras para o país asiático. Nos sete  primeiros meses do ano, as exportações para a China tiveram uma queda de 19,41% para US$ 22,576 bilhões, contra US$ 27,813 bilhões vendidos aos chineses em igual período do ano passado.

A retração nas receitas deveu-se em grande parte  à queda nas exportações de soja e minério de ferro, que juntamente com o petróleo compõem o trio dos  principais itens da pauta exportadora brasileira para a China.

Mas a redução do superavit só não foi maior porque as exportações chinesas para o Brasil também apresentam trajetória descendente, ainda que a um ritmo menos acentuado. De janeiro a julho, as vendas chinesas para o Brasil caíram 7,41% e somaram US$ 19,974 bilhões, contra US$ 21,571 bilhões registrados no mesmo período de 2014.

A queda no fluxo comercial com a China pode ser explicada por dois fatores: a redução nos preços das commodities (e especialmente da soja, minério de ferro e petróleo, que em seu conjunto são responsáveis por cerca de 81% de todo o volume exportado pelo Brasil para aquele país) e a desaceleração que atinge a economia do gigante asiático. A China é uma grande importadora de produtos básicos e qualquer sinalização de piora no seu crescimento impacta fortemente os preços desses produtos no mercado internacional.

Apenas no primeiro semestre deste ano, o valor médio do preço da soja recuou 23,53% e as cotações do minério de ferro e do petróleo desabaram num ritmo ainda mais forte: -52,33% (minério de ferro) e -48,50% (petróleo). Desses três produtos, a soja deverá ser a menos afetada, uma vez que mais de 80% da safra produzida pelo Brasil já foi exportada, para a China principalmente.

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