Brasília – O presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), João Martins da Silva Júnior, garantiu que a entidade ampliará o apoio político e institucional à fruticultura nacional. O objetivo da estratégia é fortalecer esse importante segmento agrícola, tornando-o ainda mais competitivo.
Martins participou, nesta terça-feira, de reunião com especialistas e representantes da fruticultura para debater a questão da segurança alimentar. Outro tema abordado pelo grupo foram as dificuldades para a obtenção do registro formal de defensivos para combater pragas e doenças.
Na reunião, o presidente da Comissão Nacional de Fruticultura da CNA, Carlos Prado, lembrou que a luta dos fruticultores para regularizar a utilização de defensivos agrícolas vem desde 1999. Infelizmente, destacou ele, “até hoje não foi possível chegar a um denominador comum sobre o assunto, prejudicando tanto o setor produtivo quanto os consumidores”.
Importância estratégica
A importância da fruticultura para o desenvolvimento econômico e social do país foi destacada pelo presidente da CNA ao lembrar projetos desenvolvidos em seu estado. João Martins citou como exemplo o município de Ribeira do Amparo, na Bahia. Ali, segundo ele, o êxito de um projeto de fruticultura beneficiou toda a população local, que saiu da condição de miséria absoluta.
“Lá não existia emprego, mas o cenário mudou da água para o vinho com a produção de frutas”, assinalou. Martins citou, ainda, que dentro de 90 dias deverá entrar em funcionamento o Centro de Excelência da Fruticultura, a ser instalado na cidade de Juazeiro, na Bahia.
No entender do presidente da Associação Brasileira de Produtores e Exportadores de Frutas (Abrafrutas), Luiz Roberto Barcelos, é “preciso desatar o nó político” em que se transformou o registro de defensivos para o setor.
“Enquanto o Ministério Público Federal exige o registro oficial para o produtor utilizar os insumos, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) não define a questão e impede a regularização do sistema”. Segundo o presidente da Abrafrutas esse vácuo institucional e legal precisa ser resolvido com urgência.
Produto saudável
Documento da Abrafrutas destaca ser fundamental melhorar a interlocução junto à Anvisa no sentido de mostrar que é saudável e seguro consumir frutas e verduras produzidas no Brasil, conforme comprovam estudos, não havendo qualquer risco para o consumidor.
Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) indicam que 98 milhões de brasileiros estão acima do peso, sendo indicado, para combater o problema, o consumo de frutas e verduras. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a ingestão constante de frutas e verduras pode reduzir em até 19% a incidência de câncer no intestino.
Durante toda a tarde desta terça-feira vários especialistas fizeram palestras sobre a necessidade urgente de mudar os hábitos alimentares do brasileiro. Os debates foram liderados por João Pratagil de Araújo, da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa); Wanda Gimenez, da Associação Nacional de Defesa Vegetal (Andef)/Basf; Elizabeth Nascimento, da Universidade de São Paulo (USP); e Eloísa Dutra Caldas, da Universidade de Brasília (UnB).
Também participaram da reunião o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado da Paraíba (FAEPA), Mário Borba; e o presidente da Frente Parlamentar Mista da Fruticultura, deputado Antônio Balhmann (PROS-CE).
Fonte: CNA
