Da Redação
Brasília – As exportações brasileiras de couros registraram expressivo crescimento no bimestre janeiro-fevereiro, crescento percentuais importantes tanto em volume exportado quanto na geração de receita. Segundo dados divulgados pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), as vendas externas do produto somaram 85 mil toneladas nos dois primeiros meses do ano, um aumento de 12,2% na comparação com o resultado no mesmo período de 2013.
Esse foi o maior volume embarcado para o período, superando o recorde observado no último ano, de 75,7 mil toneladas.
Ainda de acordo com o MDIC, as exportações de couro geraram uma receita de US$ 448,1 milhões, o que representa um acréscimo de 26,7%, na comparação com o resultado no mesmo intervalo de 2013. A cotação média do produto no mercado externono período foi de US$5,27/kg, 12,9% maior que no primeiro bimestre do ano passado.
Produtores x indústria calçadista
As exportações de couros e peles estão batendo recordes, para alegria dos produtores e desespero da indústria de calçados, que correm o risco de ficar sem material-prima e estão pagando cada vez mais pelo produto. Fabricantes de artefatos de couro dizem que os fornecedores estariam preferindo vender a produção no exterior, onde a demanda está aquecida.
Em 2013, o Brasil exportou mais de US$ 2,5 bilhões em couros e peles, o maior valor na história do setor. Este ano, em apenas dois meses, as exportações geraram uma receita de US$ 448,1milhões.
As exportações têm o apoio do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), que vê este setor como fundamental para melhorar o saldo da balança comercial brasileira.
Entretanto, quem necessita do couro como matéria-prima acredita o incentivo às exportações de couro tem como reflexo o risco de desemprego e fechamento de fábricas de calçados.
Segundo José Carlos Couto, presidente do Sindicato da Indústria de Calçados de Franca (SP), 90% do couro produzido no Brasil estaria sendo exportado. “Com a falta do produto no mercado interno, para não parar a produção algumas fábricas estão sendo obrigadas a pagar um valor absurdo pelo couro. Se continuarem crescendo as exportações, em breve não teremos couro para fabricar sapatos” afirmou