Da Redação (*)
Esteio (RS) – “Estamos empolgados com essa parceria, em aproveitar a experiência do Programa Mais Alimentos, e queremos levar esse projeto para a África e aumentar a produção de comida. Também queremos levar a tecnologia e a experiência do Brasil, que o levou a ser esse grande produtor de alimentos”. A afirmação foi feita pelo secretário executivo do Ministério da Agricultura, Mecanização e Desenvolvimento da Irrigação do Zimbábue, Reston Justin Muzamhindo, em entrevista ao Portal Agrolink, durante a 36ª Expointer, semana passada na cidade gaúcha de Esteio.
Em Esteio, o secretário Muzamhindo assinou, juntamente com o secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Ricardo Schaefer, memorando de entendimento sobre o Programa Mais Alimentos Internacional. O documento sela o compromisso entre os governos do Brazil e do Zimbábue para dar garantias aos financiamentos das exportações brasileiras de máquinas e equipamentos de uso agrícola, por meio do Programa de Financiamento às Exportações (Proex).
“Esses acordos viabilizam importantes trocas comerciais com o continente africano para que possamos ter preponderância nestes mercados. Há uma grande convergência. Ajudamos no desenvolvimento destes países irmãos, com quem partilhamos um destino comum, e, ao mesmo tempo, desenvolvemos mais a nossa indústria de máquinas e equipamentos”, afirmou Schaefer, durante a assinatura do documento.
De acordo com o secretário Muzamhindo, o protocolo firmado com o governo brasileiro prevê a criação de uma linha de financiamento no valor de US$ 98 milhões, que serão transferidos ao país africano para uso na compra de máquinas, treinamento e capacitação técnica através do Programa Mais Alimentos Internacional.
Abaixo, os principais trechos da entrevista:
Agrolink – Qual é sua expectativa sobre essa parceria com o governo brasileiro?
Reston Justin Muzamhindo –
Agrolink – Vocês estão recebendo máquinas e dinheiro?
Reston Justin Muzamhindo – Nós esperamos receber máquinas do Brasil e também o treinamento para operar, bem como sua manutenção.
Agrolink – E quanto você espera receber dessa parceria?
Reston Justin Muzamhindo – Dessa parceria nós esperamos receber US$ 98 milhões em máquinas.
Agrolink – É um valor interessante, não é mesmo? O quanto isso pode beneficiar seu país?
Reston Justin Muzamhindo – A agricultura do Zimbábue é emergente. Nós temos um programa de redistribuição de terras, para diminuir as diferenças entre os produtores. É importante salientar que temos o mesmo tipo de clima e solo que o Brasil, então queremos nos habilitar para produzir alimento suficiente para o nosso país, além de exportar.
Agrolink – Essa é a grande expectativa?
Reston Justin Muzamhindo – Sim, é a grande expectativa. Devo lembrar que Zimbábue é um grande parceiro do Brasil, inclusive votamos no representante brasileiro para a FAO (Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação), pensando no bem da África, ao votar pelo Brasil.
Agrolink – Qual foi sua impressão sobre a Feira (Expointer) e a Tatu Marchesan?
Reston Justin Muzamhindo – É uma mostra muito empolgante. Pudemos ver coisas que podem ser usadas por grandes produtores, bem como o que os pequenos estão produzindo. No geral, ao visitar um grande número de empresas, percebemos que o Brasil possui qualidade, e ficamos impressionados com o nível que vimos aqui.
(*) Com informações do Portal Agrolink