Balança comercial das trading companies gera superávit de US$ 6 bilhões no quadrimestre

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Da Redação (*)

Brasília – A balança comercial das  trading companies (TCs) fechou o primeiro quadrimestre do ano com um expressivo superávit de US$ 6.011 milhões, número superior ao déficit de mais de US$ 5,3 bilhões registrado na balança comercial global brasileira nos quatro primeiros meses do ano, segundo dados divulgados pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).

Em decorrência do ritmo ascendente das transações com o exterior, a corrente de comércio das  TCs ampliou-se de US$ 4.949 milhões em 2007 para US$ 8.754 milhões em 2013, no quadrimestre comparativo, equivalendo a uma expansão de 76,9% entre os extremos do período.

Exportações

No primeiro quadrimestre de 2013, as exportações das TCs apresentaram em sua pauta a predominância de produtos básicos, os quais responderam por 85,0% do valor exportado por essa categoria de empresas. No conjunto dos industrializados, os bens manufaturados representaram 9,6% da pauta e os semimanufaturados, 5,4%.

A pauta de produtos básicos registrou como principais itens: minério de ferro (US$ 4.340,4 milhões, participação de 58,8% do total exportado), soja em grão (US$ 1.089,4 milhões, 14,8%), milho em grão (US$ 432,7 milhões, 5,9%), farelo de soja (US$ 190,2 milhões, 2,6%), carne de frango (US$ 121,1 milhões, 1,6%), café em grão (US$ 28,0 milhões, 0,4%), carne suína (US$ 13,6 milhões, 0,2%) e matérias, desperdícios e resíduos vegetais para alimentação animal (US$ 12,7 milhões, 0,2%).

Entre os produtos industrializados, assinalam-se as vendas de: açúcar em bruto (US$ 326,4 milhões, 4,4%), suco de laranja congelado (US$ 255,2 milhões, 3,5%), suco de laranja não congelado (US$ 67,8 milhões, 0,9%), café solúvel (US$ 65,5 milhões, 0,9%), açúcar refinado (US$ 64,5 milhões, 0,9%), óleos essenciais e seus subprodutos (US$ 23,0 milhões, 0,3%), ouro semimanufaturado (US$ 22,6 milhões, 0,3%), calçados (US$ 22,3 milhões,

0,3%), etanol (US$ 21,4 milhões, 0,3%), ferro fundido bruto e ferro “spiegel” (US$ 17,9 milhões, 0,2%), produtos laminados de ferro/aço (US$ 11,2 milhões, 0,2%) e ferro-ligas (US$ 11,0 milhões, 0,2%).

Dos principais produtos exportados pelas  TCs, os aumentos mais expressivos ocorreram nas vendas de produtos laminados de ferro/aço (+624,5%, para US$ 11,2 milhões), ferro fundido bruto e ferro “spiegel” (+387,6%, para US$ 17,9 milhões), milho em grão (+352,2%, para US$ 432,7 milhões), mármores e granitos (+126,8%, para US$ 5,6 milhões), suco de laranja congelado (+75,0%, para US$ 255,2 milhões), motores, geradores e transformadores elétricos (+39,1%, para US$ 9,3 milhões), silício (+37,4%, para US$ 7,0 milhões), construções e suas partes, de ferro fundido, ferro/aço (+35,2%, para US$ 8,5 milhões), matérias, desperdícios e resíduos vegetais para alimentação animal (+26,3%, para US$ 12,7 milhões), soja em grão (+19,8%, para US$ 1.089,4 milhões), óleo de soja refinado (+10,3%, para US$ 6,7 milhões) e minério de ferro (+9,3%, para US$ 4.340,4

milhões).

Desse rol de produtos, a participação das  TCs no total exportado pelo país foi especialmente expressiva nas vendas de suco de laranja congelado (60,1%), minério de ferro (46,1%), café solúvel (29,3%), milho em grão (19,3%), soja em grão (17,5%), suco de laranja não congelado (17,2%), açúcar em bruto (12,3%), farelo de soja (11,9%), açúcar refinado (6,4%), calçados (6,0%), carne de frango congelada (5,1%), etanol (4,4%), carne

suína (3,6%), trigo em grão (3,1%), algodão em bruto (2,9%) e ouro semimanufaturado (2,6%).

Mercados de destino

As exportações das  TCs registraram a China como principal destino no período janeiroabril de 2013, para a qual as vendas somaram US$ 2.848,8 milhões, representando 38,6% do total exportado. Na sequência, apareceram: Japão (US$ 595,3 milhões, participação de 8,1%), Países Baixos (US$ 456,9 milhões, 6,2%), Coreia do Sul (US$ 394,8 milhões, 5,4%), França (US$ 275,5 milhões, 3,7%), Bélgica (US$ 267,6 milhões, 3,6%), Alemanha

(US$ 228,0 milhões, 3,1%), Omã (US$ 193,3 milhões, 2,6%), Itália (US$ 176,6 milhões, 2,4%), Taiwan (Formosa) (US$ 168,4 milhões, 2,3%), Reino Unido (US$ 132,7 milhões, 1,8%), Estados Unidos (US$ 126,9 milhões, 1,7%), Espanha (US$ 110,6 milhões, 1,5%), Argentina (US$ 101,9 milhões, 1,4%), Rússia (US$ 98,8 milhões, 1,3%), Trinidad e Tobago (US$ 95,8 milhões, 1,3%), Arábia Saudita (US$ 85,9 milhões, 1,2%), Líbia (US$ 68,1 milhões, 0,9%), dentre outros.

Unidades da Federação

O estado do Pará liderou as exportações por intermédio das TCs no acumulado janeiro-abril de 2013, totalizando US$ 2.836,6 milhões, o que representou 38,4% do total exportado.

Em seguida, destacam-se: Espírito Santo (vendas de US$ 835,5 milhões, participação de 11,3%), Minas Gerais (US$ 820,2 milhões, 11,1%), Mato Grosso (US$ 683,7 milhões, 9,3%), São Paulo (US$ 592,9 milhões, 8,0%), Paraná (US$ 559,2 milhões, 7,6%), Alagoas (US$ 321,4 milhões, 4,4%), Goiás (US$ 308,2 milhões, 4,2%), Santa Catarina (US$ 105,3 milhões, 1,4%), Mato Grosso do Sul (US$ 101,8 milhões, 1,4%) e Rio Grande do Sul (US$

77,2 milhões, 1,1%).

Portos de embarque

O escoamento das exportações das  TCs deu-se preponderantemente pelos portos de São Luís e Vitória, os quais responderam, respectivamente, por 38,5% e 23,7% do valor exportado de janeiro a abril de 2013, representando, em conjunto, o montante de US$ 4.585,6 milhões, nos quais o principal produto foi minério de ferro. O terceiro principal porto de embarque das exportações das  TCs foi o de Santos (US$ 1.365,9 milhões,

participação de 18,5%), seguido pelos portos de Paranaguá (US$ 418,0 milhões, 5,7%), São Francisco do Sul (US$ 332,8 milhões, 4,5%), Maceió (US$ 324,5 milhões, 4,4%), Itajaí (US$ 65,7 milhões, 0,9%), Rio de Janeiro (US$ 58,0 milhões, 0,8%), Rio Grande (US$ 52,6 milhões, 0,7%), Recife (US$ 46,2 milhões, 0,6%) e São Paulo/Aeroporto (US$ 43,9 milhões, 0,6%). Os demais portos, aeroportos e pontos de fronteira representaram 1,2% das exportações via TCs no período.

Importações/Produtos

As importações brasileiras efetuadas pelas  TCs, diferentemente do registrado com as exportações, caracterizam-se por uma pauta composta em sua maioria por bens industrializados, notadamente produtos manufaturados. Do total das compras realizadas no primeiro quadrimestre de 2013, os bens industrializados representaram 98,9% (94,8% de manufaturados e 4,1% de semimanufaturados).

Relativamente aos produtos importados nos quatro primeiros meses de 2013, destacam-se: automóveis de passageiros  (US$ 497,2 milhões, participação de 36,3% do total importado), aparelhos transmissores/receptores de telefonia celular (US$ 109,9 milhões, 8,0%), pneumáticos (US$ 63,3 milhões, 4,6%), máquinas e aparelhos de terraplanagem (US$ 63,2 milhões, 4,6%), veículos de carga (US$ 41,8 milhões, 3,1%), produtos de perfumaria, toucador, cosméticos (US$ 31,2 milhões, 2,3%), máquinas automáticas para processamento de dados (US$ 30,6 milhões, 2,2%), helicópteros (US$ 28,6 milhões, 2,1%), veículos e materiais para vias férreas (US$ 25,8 milhões, 1,9%), outros aparelhos transmissores/receptores (US$ 23,6 milhões, 1,7%), aviões (US$ 22,2 milhões, 1,6%), azeite de oliva, virgem (US$ 19,8 milhões, 1,5%), fio-máquinas e barras de ferro/aço (US$ 18,7 milhões, 1,4%), caminhões-guindastes (US$ 16,2 milhões, 1,2%), máquinas e aparelhos

de impressão, tipografia (US$ 13,0 milhões, 1,0%) e catodos de cobre (US$ 12,0 milhões, 0,9%).

Dos principais produtos importados pelas TCs no período, os aumentos mais expressivos ocorreram nas compras de outros motores de pistão (+2.690,3%, para US$ 9,6 milhões), lâmpadas, tubos elétricos e faróis (+192,3%, para US$ 5,1 milhões), prata em forma bruta (+185,3%, para US$ 7,8 milhões), veículos de carga (+163,3%, para US$ 41,8 milhões), pneumáticos (+142,2%, para US$ 63,3 milhões), aviões (+94,3%, para US$ 22,2 milhões), bolsas (+90,3%, para US$ 5,6 milhões), fiomáquinas e barras de ferro/aço (+86,5%, para US$ 18,7 milhões), motores, geradores e transformadores elétricos (+64,9%, para US$ 6,7 milhões), fios de fibras têxteis, sintéticas ou artificiais (+56,4%, para US$ 6,9 milhões), pastas químicas de madeira (+53,9%, para US$ 7,4 milhões), produtos de perfumaria, toucador, cosméticos (+46,6%, US$ 31,2 milhões), bombas, compressores, ventiladores (+41,0%, para US$ 7,3 milhões), aparelhos elétricos de comutação para telefonia e telegrafia (+38,8%, para US$ 11,3 milhões), helicópteros (+36,3%, para US$ 28,6 milhões), azeite de oliva, virgem

(+26,0%, para US$ 19,8 milhões), suéteres, pulôveres e artigos semelhantes (+25,0%, para US$ 9,0 milhões) e máquinas e aparelhos  de impressão, tipografia (+21,7%, para US$ 13,0 milhões).

Mercados de origem

A China figurou como principal mercado fornecedor das TCs brasileiras no primeiro quadrimestre de 2013, somando US$ 309,0 milhões, valor equivalente a 22,5% das compras totais. Na segunda posição está a Argentina (US$ 233,2 milhões, participação de 17,0%), seguida por Estados Unidos (US$ 231,5 milhões, 16,9%), Reino Unido (US$ 119,6 milhões, 8,7%), México (US$ 97,8 milhões, 7,1%), Japão (US$ 46,5 milhões, 3,4%), Indonésia (US$ 31,9 milhões, 2,3%), Alemanha (US$ 31,5 milhões, 2,3%), Itália (US$ 31,5 milhões, 2,3%), França (US$ 29,6 milhões, 2,2%), Bélgica (US$ 27,3 milhões, 2,0%), Turquia (US$ 20,7 milhões, 1,5%), Portugal (US$ 20,0 milhões, 1,5%), Espanha (US$ 18,1 milhões, 1,3%), Peru (US$ 14,9 milhões, 1,1%), Chile (US$ 13,0 milhões, 1,0%), dentre outros.

Unidades da Federação

No âmbito das unidades da Federação, as importações das  TCs foram lideradas pelo Espírito Santo, cujas aquisições atingiram US$ 473,1 milhões de janeiro a abril de 2013, respondendo por 34,5% do total das compras. Logo a seguir destacam-se os estados: Rio Grande do Sul (US$ 259,1 milhões, participação de 18,9%), São Paulo (US$ 186,4 milhões, 13,6%) e Santa Catarina (US$ 181,8 milhões, 13,3%). Dentre as demais unidades da Federação, cabe citar ainda: Pará (US$ 71,6 milhões, 5,2%), Paraná (US$ 52,8 milhões, 3,9%), Pernambuco (US$ 51,2 milhões, 3,7%), Minas Gerais (US$ 38,8 milhões, 2,8%), Maranhão (US$ 35,0 milhões, 2,6%) e Rio de Janeiro (US$ 19,1 milhões, 1,4%).

Portos de desembarque

Como resultado da concentração das importações no que tange às unidades da Federação, observa-se, no período comparativo, um natural adensamento das compras das  TCs principalmente nos portos de Vitória (US$ 322,6 milhões, representando 23,5%) e no porto de Rio Grande (US$ 176,9 milhões, 12,9%). O terceiro principal responsável pelas importações das TCs foi o aeroporto de Campinas (US$ 167,3 milhões, participação de 12,2%), acompanhado pelo porto de Itajaí (US$ 149,5 milhões, 10,9%), Uruguaiana (US$ 81,6 milhões, 6,0%), porto de Sepetiba – Rio de Janeiro (US$ 53,6 milhões, 3,9%), porto de Suape/Recife (US$ 52,5 milhões, 3,8%), porto do Rio de Janeiro (US$ 51,6 milhões, 3,8%),

Barcarena (US$ 48,2 milhões, 3,5%), aeroporto de Vitória (US$ 47,3 milhões, 3,5%), porto de Paranaguá (US$ 41,2 milhões, 3,0%), porto de Santos (US$ 35,4 milhões, 2,6%), porto de São Luis (US$ 29,2 milhões, 2,1%), porto de Pecém (US$ 19,8 milhões, 1,5%), São Francisco do Sul (US$ 15,0 milhões, 1,1%) e aeroporto de Manaus (US$ 13,1 milhões, 1,0%).  Os demais portos, aeroportos e pontos de fronteira representaram 4,8% das importações via TCs no período.

(*) Com informações do MDIC

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