Balança comercial janeiro/fevereiro registra deficits crescentes com os principais parceiros

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Da Redação (*)

 

Brasília –  Nos dois primeiros meses do ano, a balança  comercial brasileira acumula um deficit de US$ 5,312 bilhões, com quedas  nas exportações para os três principais parceiros: China (-1,9%), Estados Unidos (-22,5%) e Argentina (-12,7%). Além da queda acentuada das vendas para os principais mercados, destacam-se nos números da balança comercial do bimestre a retração nas três categorias de produtos:  básicos (-3,3%, para US$ 13,600 bilhões), semimanufaturados (-5,6%, para US$ 4,795 bilhões) e manufaturados (-7,6%, para US$ 12,296 bilhões).

 

Em contrapartida, o período janeiro/fevereiro foi marcado por uma fonte expansão das importações brasileiras  provenientes desses três países. A maior expansão foi registrada no inercâmbio com os Estados Unidos. Em janeiro/fevereiro, as importações de produtos americanos cresceram 22,5%, enquanto as importações junto à China aumentaram 9,7% e as compras de produtos argentinos tiveram uma alta de 20,7%.

 

Apesar dos números negativos da balança comercial, a secretária de Comércio Exterior do MDIC, Tatiana Prazeres procura mostrar-se confiante em que os dados até agora registrados não podem ser projetados para todo o ano. Otimista, ela acredita que esse panorama começará a ser modificado a partir de abril.

Em entrevista para comentar os dados da balança comercial,  Tatiana Prazeres avaliou que mesmo com o resultado deficitário dos dois primeiros meses de 2013 (US$ 5,312 bilhões), a balança comercial deverá terminar o ano positiva. Ela listou como motivos para essa expectativa a previsão de uma boa safra agrícola e de recuperação do preço do minério de ferro.

“Chamo atenção para a contribuição de milho e soja para exportações significativas. Chamo atenção ainda para uma possível recuperação da economia norte-americana e para a diversificação de mercados das exportações brasileiras”, disse a secretária de Comércio Exterior.

 

 

Janeiro-Fevereiro 2013

 

No acumulado janeiro-fevereiro de 2013, as exportações apresentaram valor de US$ 31,518 bilhões. Sobre igual período de 2012, as exportações registraram retração de 5,5%, pela média diária. As importações somaram recorde de US$ 36,830 bilhões, com aumento de 11,8% sobre o mesmo período anterior, pela média diária. O saldo comercial acumulou déficit de US$ 5,312 bilhões.A corrente de comércio alcançou cifra recorde de US$ 68,348 bilhões, representando aumento de 3,1% sobre o mesmo período anterior, quando totalizou US$ 67,939 bilhões, pela média diária.

 

 Destaques da Exportação em Janeiro/Fevereiro 2013

 

No acumulado janeiro-fevereiro de 2013, os três grupos de produtos registraram retração em relação à igual período de 2012: básicos (-3,3%, para US$ 13,600 bilhões), semimanufaturados (-5,6%, para US$ 4,795 bilhões) e manufaturados (-7,6%, para US$ 12,296 bilhões).

 

No grupo dos manufaturados, ocorreu retração principalmente: óleos combustíveis (-65,4%), motores para veículos e partes (-27,1%), pneumáticos (-13,3%), aviões (-8,6%), veículos de carga (-7,7%), polímeros plásticos (-6,1%) e autopeças (-3,2%). Por outro lado, cresceram as exportações de: etanol (+166,8%), açúcar refinado (+52,5%), laminados planos (+36,5%), hidrocarbonetos e derivados (+35,0%), óxidos e hidróxidos de alumínio (+25,3%), automóveis de passageiros (+12,2%), suco de laranja congelado (+3,8%) e suco de laranja não congelado (+3,1%).

 

Dentro dos semimanufaturados, as maiores quedas ocorreram nas vendas de semimanufaturados de ferro/aço (-35,5%), ferro-ligas (-31,6%), alumínio em bruto (-21,7%) e ferro fundido (-12,8%). Cresceram as vendas de catodos de cobre (+90,4%), couros e peles (+24,2%), açúcar em bruto (+24,0%), ouro em forma semimanufaturada (+3,4%) e celulose (+3,1%).

 

Com relação à exportação de produtos básicos, houve diminuição de receita de: soja em grão (-55,0%), petróleo em bruto (-52,3%), café em grão (-21,9%), fumo em folhas (-21,5%) e farelo de soja (-4,0%). Por outro lado cresceram as vendas de milho em grão (+404,6%), trigo em grão (+56,4%), carne bovina (+36,4%), minério de ferro (+11,8%), carne de frango (+7,8%) e algodão em bruto (+4,6%).

 

Por mercados de destino, houve queda para os principais blocos econômicos, a saber: Estados Unidos (-22,5%, por conta de petróleo, siderúrgicos, maquinas e equipamentos, café, aeronaves e partes, aparelhos eletroeletrônicos, borracha e obras, automóveis e partes e ouro em forma semimanufaturada), América Latina e Caribe, exceto Mercosul (-10,4%, principalmente, veículos automóveis e partes, energia elétrica, máquinas e equipamentos, siderúrgicos, aparelhos eletroeletrônicos, borracha e obras, químicos orgânicos, papel e cartão e cobre e suas obras), Mercosul (-9,4%, para a Argentina a queda foi de 12,1%, máquinas e equipamentos, veículos automóveis e partes, petróleo, plásticos e obras, borracha e obras, açúcar, aeronaves e partes e farelo de soja), União Europeia (-7,4%, por conta de café, farelo de soja, petróleo, plataforma de perfuração/extração de petróleo, máquinas e equipamentos, celulose, soja em grão, siderúrgicos e suco de laranja) e África (-0,7%, por conta de carnes, máquinas e equipamentos, móveis, automóveis e partes, óleo de soja em bruto, fumo, etanol, farelo de soja e animais vivos). Por outro lado cresceram as vendas para os demais blocos, a saber: Europa Oriental (+36,2%, por conta de carnes, açúcar, máquinas e equipamentos, café, calçados, químicos inorgânicos e siderúrgicos), Oriente Médio (+27,6%, por conta de carnes, açúcar, minério de ferro, milho em grão, farelo de soja, obras de ferro fundido, fumo, animais vivos, etanol e café) e Ásia (+2,1%, sendo para China ocorreu retração de 1,9%, por conta de soja em grão, petróleo, aeronaves e partes, siderúrgicos, plásticos e obras, algodão, máquinas e equipamentos, óleo de soja em bruto e químicos).

 

Os principais países de destino das exportações, no acumulado janeiro-fevereiro/2013, foram: 1º) China (US$ 3,8 bilhões), 2º) Estados Unidos (US$ 3,5 bilhões), 3º) Argentina (US$ 2,7 bilhões), 4º) Países Baixos (US$ 1,9 bilhão) e 5º) Japão (US$ 1,3 bilhão).

 

 

Destaques da Importação em Janeiro/Fevereiro 2013

 

No acumulado janeiro-fevereiro de 2013, quando comparado com igual período anterior, houve crescimento de: combustíveis e lubrificantes (+47,4%), bens de capital (+9,9%) e matérias-primas e intermediários (+7,9%), enquanto decresceram as compras de bens de consumo (-4,2%).

 

Por mercados fornecedores, na comparação com janeiro-fevereiro de 2012, cresceram as compras originárias de todos os principais blocos econômicos, exceto Europa Oriental (-16,9%, por conta principalmente de adubos e fertilizantes, carvão, siderúrgicos e paládio em bruto).

 

Os demais mercados cresceram: Oriente Médio (+51,9%, petróleo, adubos e fertilizantes e produtos químicos), Estados Unidos (+22,5%, pelos aumentos de óleos combustíveis, aparelhos eletroeletrônicos, químicos orgânicos, instrumentos de ótica e precisão, plásticos e obras e farmacêuticos), Mercosul (+19,5%, sendo 20,7% da Argentina, por conta de veículos automóveis e partes, trigo, máquinas e equipamentos, produtos hortícolas, siderúrgicos e celulose), África (+19,3%, pelo aumento de petróleo, adubos e fertilizantes, castanha de caju, alumínio e obras, plásticos e obras e químicos orgânicos), União Europeia (+8,7%, principalmente, máquinas e equipamentos, farmacêuticos, óleos combustíveis, químicos orgânicos, instrumentos de ótica e precisão, plásticos e obras, obras de ferro fundido, aeronaves e partes, siderúrgicos e borracha e obras), Ásia (+6,9%, sendo que da China cresceu 9,7%, por conta de aparelhos eletroeletrônicos, máquinas e equipamentos, químicos orgânicos, automóveis e partes, plásticos e obras, confecções, filamentos sintéticos e instrumentos de ótica e precisão) e América Latina e Caribe, exceto Mercosul (+5,9%, por conta de gás, petróleo, plásticos e obras, máquinas e equipamentos, pescados, adubos e fertilizantes, farmacêuticos e borracha e obras).

 

Os principais países de origem das importações foram: 1º) China (US$ 6,0 bilhões), 2º) Estados Unidos (US$ 5,9 bilhões), 3º) Argentina (US$ 2,7 bilhões), 4º) Alemanha (US$ 2,2 bilhões) e 5º) Coréia do Sul (US$ 1,5 bilhão).

 

(*)  Com informações do MDIC/Secex/Depla

 

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