Durante discurso na Assembleia Geral da ONU, nesta terça-feira (23), o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou encontro com Luiz Inácio Lula da Silva
Da Redação (*)
Brasília – A Confederação Nacional da Indústria (CNI) recebeu com entusiasmo o anúncio do presidente americano Donald Trump, feito na Assembleia Geral da ONU, de que se reunirá com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva na próxima semana. Para a entidade, a retomada do diálogo em alto nível é fundamental para reaproximar Brasil e Estados Unidos em um momento de tensões comerciais e tarifas elevadas sobre produtos brasileiros.
O presidente da CNI, Ricardo Alban, avalia que a sinalização de Trump abre caminho importante para negociações que podem aliviar o impacto das sobretaxas. “A fala do presidente Trump, sinalizando uma abertura para o diálogo com o presidente Lula, aumenta a esperança para que os dois governos iniciem uma mesa de negociação para rediscutir as pesadas tarifas impostas pelos Estados Unidos. Sabemos que não é uma tarefa fácil, mas temos confiança de que, por meio da conversa e da diplomacia, o Brasil conseguirá reverter esse cenário. Afinal, Brasil e Estados Unidos mantêm uma relação propositiva de mais de 200 anos, com economias complementares”, destacou.
A importância do comércio bilateral reforça a urgência da aproximação: em 2024, as exportações brasileiras para os EUA alcançaram US$ 40,4 bilhões, alta de 9,4% em relação ao ano anterior, enquanto as importações somaram US$ 40,7 bilhões, crescimento de 7,1%. Mais de 80% das vendas brasileiras aos EUA têm origem na indústria de transformação, especialmente nos segmentos de aço, alumínio, veículos e autopeças — justamente os mais afetados pelas tarifas adicionais.
No início de setembro, a CNI coordenou uma missão empresarial a Washington, reunindo cerca de 130 empresários de diversos setores, além de encontros com autoridades do governo e do parlamento norte-americano. O objetivo foi contribuir para a abertura de canais de negociação e reforçar, com argumentos técnicos, as vantagens mútuas de uma parceria econômica mais equilibrada.
“Essa reunião entre os presidentes pode representar uma oportunidade de reaproximação estratégica, capaz de reduzir barreiras, ampliar a cooperação em áreas de inovação e sustentabilidade e reforçar a segurança jurídica para investimentos de longo prazo. O comércio bilateral é vital para a competitividade da indústria brasileira e só pode avançar com base no diálogo e na construção de soluções negociadas”, concluiu Alban.
(*) Com informações da CNI