Da Redação
Brasília – As importações de veículos atingiram patamar nunca registrado no acumulado do ano até outubro, com uma alta de 63% comparativamente com o mesmo período de 2023, para um total de USS 7,090 bilhões. Esse aumento expressivo nas compras externas foi registrado em um contexto de queda (-5,6%) nas exportações, o que fez com que a balança comercial do setor automotivo fechasse o mês de outubro com um déficit de US$ 3,621 bilhões.
Esses números indicam que pela primeira vez na história as importações não apenas devem ultrapassar as exportações, mas, muito além, devem equivaler a mais do dobro do total embarcado para o exterior pelas montadoras instaladas no país. Os dados são da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).
Segundo estimativa feita pelo presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotivos (Anfavea), Márcio de Lima Leite, em todo o ano de 2024 o Brasil deverá importar cerca de 500 mil unidades, em sua grande maioria de propulsão elétrica e produzidos na China: “é quase metade do volume vendido pelas montadoras brasileiras na América Latina por ano e representa a totalidade do mercado argentino, o principal importador dos veículos brasileiros”, afirmou.
Nos dez primeiros meses do ano, as importações somaram US$ 7,090 bilhões dos quais US$ 3 bilhões corresponderam às compras dos veículos chineses, que tiveram uma forte alta de 354,4% no período, com uma participação de 41,7% nas importações totais do setor.
Com esse crescimento vertiginoso, a China superou em mais que o dobro o total faturado pela Argentina, tradicionalmente o maior parceiro comercial da indústria automotiva nacional. Com uma queda de 4,4% nas exportações e um percentual de 25,2%, as fábricas do país vizinho faturaram US$ 1,79 bilhão com os embarques de veículos para o Brasil.
Além da China e Argentina, outros três países figuram entre os maiores exportadores de automóveis para o Brasil. O México, país com o qual o Brasil mantém específicos no setor automotivo, exportou um total de US$ 645 milhões (alta de 30,1% sobre as vendas em igual período de 2023). Por outro lado, a Alemanha registrou vendas no montante de US$ 466 milhões (um aumento de 22% comparativamente com janeiro-outubro do ano passado). E, finalmente, os Estados Unidos, com US$ 238 milhões em embarques (crescimento de 54,7% sobre os dez primeiros meses de 2023).
Espírito Santo lidera importações
Como os números mostram, a China é, destacadamente, o principal exportador de veículos para o Brasil, enquanto o Espírito Santo lidera o ranking dos estados importadores. Neste ano, as importações capixabas, que após internacionalizadas nos portos do estado são direcionadas para outras unidades da Federação, totalizaram US$ 3,3 bilhões, com uma alta de 177,6% sobre janeiro-agosto do ano passado e participação de 47,1% no total importado pelo Brasil. A seguir aparecem Minas Gerais (US$ 754 milhões e uma fatia de 11,2%), Santa Catarina (US$ 700 milhões e participação de 9,87%); Paraná (US$ 632 milhões e percentual de 8,9%) e Pernambuco (S$ 629 milhões, representando 8,87% do total importado no período).