Fonte: ANBA
São Paulo – As exportações do agronegócio brasileiro ao Oriente Médio renderam US$ 7,7 bilhões no ano passado, um aumento de 31% em comparação com 2009, segundo dados divulgados nesta quarta-feira (12) pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).
Com esse resultado, o bloco manteve-se em terceiro lugar entre as regiões importadoras de produtos brasileiros, mas ampliou sua participação no total das vendas externas do país de 9% para 10%.
Três países árabes fazem parte da lista dos 20 maiores importadores do agronegócio brasileiro: Arábia Saudita, Egito e Emirados Árabes Unidos.
Um dos destaques de 2010, de acordo com o Mapa, foi o Egito, que importou o equivalente a US$ 1,34 bilhão, um crescimento de 70% sobre o ano anterior. Entre os principais mercados, o Egito foi o segundo do ranking dos que mais cresceram no ano passado, atrás apenas do Irã, que ampliou suas compras em 86%.
Já as exportações para a Arábia Saudita, maior mercado entre os árabes, renderam quase US$ 2 bilhões em 2010, um aumento de 31% sobre 2009. Para os Emirados, as vendas somaram US$ 1,2 bilhão, avanço de 5,2% na mesma comparação.
Recorde
No total, os embarques do agronegócio brasileiro renderam US$ 76,4 bilhões, valor recorde e 18% maior do que o registrado em 2009. O recorde anterior, de 2008, foi superado em US$ 4,6 bilhões. Mesmo assim, a participação do setor no total das exportações brasileiras caiu de 42,5% em 2009 para 37,9% no ano passado.
Segundo o Mapa, o avanço das receitas de exportação foi resultado de um aumento médio de 14,6% no preço das mercadorias e de 3% na quantidade comercializada.
Mais uma vez, o agronegócio foi o grande responsável pela sustentação do superávit comercial brasileiro. A diferença entre exportações e importações ficou em US$ 63 bilhões, mesmo com o aumento de 35% nas importações.
O ministro da Agricultura, Wagner Rossi, disse que os resultados mostram a firmeza do produtor brasileiro. “Foram conquistados apesar das consequências do câmbio. Mostra que somos capazes de sair da fazenda com um produto de altíssima qualidade e enfrentar o mercado, mesmo com barreiras”, afirmou ele, em entrevista coletiva realizada em Brasília, segundo a Agência Brasil. A valorização do real frente ao dólar, que tira competitividade dos produtos brasileiros no exterior, é a principal reclamação dos exportadores.
Produtos
O complexo soja permaneceu na liderança dos produtos exportados, mas o destaque do ano, em termos de crescimento, foi o complexo sucroalcooleiro. Açúcar e etanol responderam por vendas de US$ 13,7 bilhões, 42% a mais do que em 2009. Os embarques de açúcar renderam US$ 8,4 bilhões, um aumento de 52,3% na mesma comparação.
De acordo com o Mapa, 2010 foi o segundo ano consecutivo em que as exportações de açúcar cresceram mais do que 50%, resultado do aumento da quantidade embarcada e do preço cobrado. O ministério informa que o aumento das cotações e da demanda se deve aos baixos estoques internacionais e a quebras de safras ocorridas em outros países produtores, especialmente a Índia.
Com esse desempenho, o complexo sucroalcooleiro passou o complexo carnes e passou a figurar na segunda posição entre os itens agropecuários mais vendidos pelo Brasil ao exterior. A exportação de carnes somou US$ 13,6 bilhões no ano passado, 15,6% a mais do que em 2009.
Outros destaques do ano, segundo o Mapa, foram as vendas de milho e café, que bateram recordes de receitas.
Para Wagner Rossi, em 2011 as exportações do agronegócio devem crescer pelo menos 10%, superando US$ 84 bilhões. “Pelo menos cresceremos 10%. Mas podemos chegar à média histórica dos últimos dez anos, de 14%”, disse ele, de acordo com a Agência Brasil.