Promoção comercial para continente africano é prioridade da ApexBrasil
Brasília – Em 2023, as exportações brasileiras para África bateram recorde histórico, tendo chegado a US$ 13,2 bilhões. Em conjunto, os países africanos já são o quarto principal destino das exportações brasileiras, mas há espaço para ampliação do comércio bilateral.
É isso o que aponta o Perfil de Comércio e Investimentos África, estudo da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), lançado nessa segunda-feira (03). A região é uma prioridade para a Agência, que tem 15 projetos setoriais com foco prioritário em 9 países africanos e que, nesse ano, promove o retorno do Brasil às principais feiras comerciais dos vizinhos do outro lado do Atlântico.
Segundo o estudo da inteligência de mercado da ApexBrasil, a pauta exportadora do Brasil para a África está concentrada em commodities, com destaque para os grupos de produtos do complexo de alimentos e bebidas (como açúcar, milho, carnes de aves, soja, carne bovina e óleo de soja) e para as exportações de minério de ferro e óleos combustíveis de petróleo. Para além das commodities, veículos rodoviários aparecem entre os principais produtos exportados, tendo suas vendas contribuído para expansão das exportações em 2023.
Quanto aos destinos, Argélia (17,9%), Egito (17,6%), África do Sul (12,4%), Marrocos (9,4%) e Nigéria (7,4%) foram os principais compradores brasileiros no continente. Esses países representam quase dois terços do valor exportado no último ano.
O estudo também indica quais produtos brasileiros ampliaram sua participação no mercado, aqueles que perderam espaço, os principais concorrentes brasileiros e as mais de 6.000 oportunidades identificadas pelo Mapa de Oportunidades em diversos setores, com destaque para:
-combustíveis minerais (óleos brutos, óleos combustíveis e produtos residuais de petróleo)
– produtos alimentícios (açúcar, milho e carne e frango)
– máquinas e equipamentos de transporte (zinco, ferroníquel, madeiras compensadas e papel)
Saiba mais acessando o estudo completo.
Promoção comercial em foco
Em 2023, juntamente com a Agência de Investimento Privado e Promoção das Exportações de Angola (AIPEX), a ApexBrasil promoveu o Fórum Econômico Angola-Brasil, que reuniu 500 empresários de diversos setores da economia brasileira e angolana e contou com a presença do presidente Lula e do presidente angolano, João Lourenço. Segundo o presidente da AIPEX, Lello Francisco, o evento marcou um novo patamar na histórica relação entre as duas nações.
Para esse ano, em parceria com embaixadas locais e seus Setores de Promoção Comercial e Investimentos (SECOM), a ApexBrasil já garantiu a participação de empresas brasileiras em três grandes eventos comerciais na África, entre os meses de junho a setembro: o Brasil-Africa Solutions (BAS); a 39ª Feira Internacional de Luanda (FILDA); e a 59ª Feira Internacional de Moçambique (FACIM).
Investimentos
O Perfil de Comércio e Investimentos África traz ainda uma análise das tendências de investimentos estrangeiros diretos (IED) entre Brasil e África. O estoque de IED da África no Brasil foi de US$ 2,3 bilhões em 2021, mostrando tendência de recuperação do estoque investido. Quanto aos investimentos greenfield anunciados, destacam-se a abertura do data center da Angola Cables em Fortaleza (CE), no valor estimado de US$ 135 milhões em 2019, e a expansão da fábrica da Aspen Pharmacare em Serra (ES), com valor estimado de US$ 97 milhões também em 2019.
Os investimentos brasileiros na África também mostram tendência de aumento nos últimos anos. Segundo o BCB, o estoque de IED brasileiro na África atingiu a posição de US$ 2,1 bilhões em 2022, sendo Angola (US$ 1,4 bilhão), Seychelles (US$ 262 milhões) e África do Sul (US$ 123 milhões) os principais destinos. Alguns investimentos anunciados por empresas brasileiras no continente chamam a atenção, como a fábrica de informática da Positivo em Kigali (Ruanda), estimada pela Orbis BvD em US$ 118 milhões, a nova planta de motores elétricos da WEG em Setif (Argélia), estimada em US$ 102 milhões, e a nova sede regional do Grupo Miramar em Maputo (Moçambique), estimada em US$ 66 milhões.
Baixe o estudo e veja mais informações sobre macroeconomia, comércio bilateral entre Brasil e África, acesso a mercado e acordos comerciais, e investimentos entre o Brasil e a região.
(*) Com informações da ApexBrasil