Da Redação
Brasília – A corrente de comércio entre o Brasil e a China vai superar este ano pela primeira vez a marca de US$ 100 bilhões, cifra jamais registrada na história do comércio exterior brasileiro com um país ou mesmo bloco de países. Em forte aceleração, o comércio sino-brasileiro acumula, de janeiro a setembro, um fluxo de US$ 78,028 bilhões, e o destaque é a robusta e constante alta nas exportações brasileiras para o principal parceiro comercial do País. No período, o Brasil acumulou um superávit de US$ 28,757 bilhões.
Enquanto o comércio com a China bate sucessivos recordes, o intercâmbio com os Estados Unidos, segue na direção oposta e registrou, de janeiro a setembro, o pior desempenho em onze anos. De acordo com dados do “Monitor de Comércio Brasil-Estados Unidos”, divulgado ontem (14) pela Amcham Brasil, as trocas entre os dois países tiveram uma contração de 25,1% em comparação com o mesmo período do ano passado.
Com uma forte queda de 31,5%, as exportações brasileiras somaram US$ 15,2 bilhões, enquanto as vendas americanas, com uma retração de 18,8% totalizaram US$ 18,3 bilhões. Nos nove meses deste ano, a balança comercial proporcionou aos Estados Unidos um superávit de US$ 3,1 bilhões no intercâmbio com o Brasil.
De acordo com o estudo da Amcham, projeção é de que as exportações brasileiras fechem o ano com uma queda entre 27% e 30% e as importações contraiam de 20% a 22%, com o déficit para o Brasil podendo oscilar entre US$ 2,4 bilhões e US$ 2,8 bilhões.
Dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério da Economia, mostram a crescente relevância da China como maior parceiro comercial do Brasil. Com uma alta de 14,1% e um total de US$ 53,393 bilhões, a China foi o destino final de 34,1% de todo o volume embarcado pelas empresas brasileiras para o exterior, enquanto apenas 9,69% foram comercializados com os Estados Unidos.
Com relação às importações, mesmo com uma queda de 7,5%, a China respondeu por 21,5% das compras brasileiras no exterior. Os Estados Unidos ficaram com uma fatia de 16% no período.
Em 2019, a corrente de comércio com a China totalizou US$ 98,628 bilhões, com exportações de US$ 63,357 bilhões e importações no total de US$ 35,217 bilhões. Nas trocas com os Estados Unidos, os números foram mais modestos: US$ 59,806 bilhões, gerados por exportações no montante de US$ 29,716 bilhões e importações no valor de US$ 30,906 bilhões