Da Redação
Brasília – Apesar dos insistentes apelos feitos pelo governo brasileiro em defesa de uma maior abertura do mercado chinês para os produtos manufaturados nacionais, as exportações de bens de maior valor agregado para a China não param de cair. No acumulado de janeiro a setembro essa queda atingiu o percentual de 15,1% e as exportações somaram pouco mais de US$ 749 milhões. Em contrapartida, ainda que afetadas por uma contração mais forte (-3,2%) as vendas de produtos básicos totalizaram US$ 36,7 bilhões, correspondentes a 88,5% do volume total embarcado para a China.
A balança comercial com a China segue fortemente marcada pela grande concentração em apenas três produtos principais: soja, petróleo e minérios de ferro. Somados, respondem por 81% do total negociado com o país asiático. Na outra ponta do comércio bilateral, a China tem uma pauta exportadora bastante pulverizada, com a participação quase integral dos bens industrializados, responsáveis por 98,0% das exportações que somaram US$ 23,7 bilhões no período.
Mesmo com a queda de 2,28% nas exportações e de 2,26% nas importações, o Brasil depende cada vez mais do comércio bilateral com os chineses. De janeiro a setembro, a China importou 27,9% de todo o volume embarcado pelo Brasil e respondeu por 20,3% das importações totais brasileiras.
Por valor agregado, os produtos básicos, com exportações de US$ 36,7 bilhões responderam por 88,5% das vendas à China, cabendo aos produtos semimanufaturados gerar uma receita de US$ 3,98 bilhões (equivalentes 9,59% das exportações totais) e aos bens industrializados, com embarques no valor de US$ 799 milhões, uma parcela de 1,92% nas vendas aos chineses.
À exceção da soja, carro-chefe nas exportações para a China, todos os cinco produtos que integram a relação dos principais produtos negociados com os chineses apresentaram alta no período. A soja, com exportações no valor de US$ 15 bilhões, tiveram as vendas reduzidas em 26% mas ainda assim foram responsáveis por 36% do volume total exportado.
Os demais produtos que integram a relação dos Top 5 tiveram fortes altas nos nove primeiros meses do ano: petróleo (alta de 2,12% e receita de US$10,18 bilhões), minérios de ferro (US$ 8,31 bilhões e aumento de US$ 18,8%), celulose (receita de US$ 2,37 bilhões, com aumento de 1,7%) e carne bovina (US$ 1,04 bilhão e aumento de 17,3% no período).