Da Redação com Agências
Brasília (Comex-DF) – Entre 30 e 60 dias, a crise que afeta a União Europeia começará a gerar reflexos nas exportações brasileiras para o continente europeu. A previsão foi feita hoje pelo ministro-interino do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Welber Barral, ao participar, no Rio de Janeiro, da 22ª edição do Fórum Nacional, promovido pelo ex-ministro João Paulo dos Reis Velloso.
Segundo Barral, o efeito da crise europeia se dará sobre a credibilidade de negócios e de garantias. Além disso, o ministro-interino acredita que as exportações brasileiras não serão afetadas apenas pela crise que teve início na Grécia e ameaça se espalhar por outros países do bloco europeu. Barral se mostra igualmente preocupado com o intercâmbio comercial Brasil-Estados Unidos.
Ao analisar as perspectivas das exportações brasileiras para este ano, Welber Barral afirmou que “vejo com grande preocupação o fato de que dificilmente o Brasil manterá os níveis de exportação para o mercado americano. Os Estados Unidos vêm registrando uma forte recuperação nos últimos meses e o Brasil não está conseguindo aumentar o market share de suas exportações para o mercado americano dos produtos manufaturados”.
Na opinião de Welber Barral, a abertura dos mercados internacionais para o Brasil está vinculada à criação de acordos de livre comércio. Apesar de reconhecer essa possibilidade, o secretário de Comércio Exterior do MDIC sublinha que a dificuldade de negociar acordos externos com países ou bloco de países tem relação com o receio dos países desenvolvidos em relação à alta competitividade da agricultura brasileira e também dos países em desenvolvimento no tocante ao grau avançado de desenvolvimento do parque industrial brasileiro.
Ainda de acordo com Barral, “o comércio internacional é um jogo de protecionismo e o Brasil tem sido muito ativo. O Brasil é o país em desenvolvimento que mais reclama na Organização Mundial do Comércio (OMC) e que tem conseguido manter o cumprimento de regras internacionais, mas há necessidade de uma reflexão sobre novos mecanismos que não se encaixam nas estruturas clássicas do protecionismo, como as medidas tributárias e cambiais dos países concorrentes do Brasil”, finalizou.