Da Redação
Brasília – Pela primeira vez em treze anos, o Brasil deverá voltar a ter este ano deficit no intercâmbio comercial com a União Europeia. A última vez que isto aconteceu foi em 1999, quanto os europeus obtiveram um superávit de US$ 1,139 bilhão no comércio com o País.
Após acumular sucessivos saldos, o mais expressivo deles em 2007, quando as trocas com o bloco europeu foram favoráveis ao Brasil em mais de US$ 13,694 bilhões, em quatro meses deste ano essa situação se inverteu e a balança bilateral é favorável aos 27 países da União Europeia em US$ 2,352 bilhões.
Ano passado, o comércio entre o Brasil e a União Europeia movimentou mercadorias no valor de US$ 96,530 bilhões. Desse volume, US$ 48,859 bilhões corresponderam a exportações brasileiras e US$ 47,670 bilhões em vendas europeias. Com isto, o Brasil obteve um saldo de US$ 1,188 bilhão, o menor saldo registrado pelo País no intercâmbio bilateral desde o ano de 2002, quando as trocas foram favoráveis ao Brasil em US$ 2,113 bilhões.
Em 2013, em todos os quatro meses do ano o comércio com a União Europeia foi deficitário para o Brasil. De janeiro a abril, as exportações brasileiras somaram US$ 14,129 bilhões, com uma queda de 10,36% em comparação com igual período do ano passado. Na outra ponta, as exportações europeias cresceram 5,80%, totalizando US$ 16, 481 milhões.
No primeiro quadrimestre do ano, a balança comercial brasileira registra um saldo negativo de US$ 6,152 bilhões. Desse total, US$ 2,352 bilhões, equivalentes a cerca de 27% do deficit total, foram gerados pelo comércio com a União Europeia.
Entre os 27 países-membros do bloco europeu, a Alemanha é país que obtém o mais elevado saldo no intercâmbio comercial com o Brasil. No período janeiro-abril, esse superávit somou mais de US$ 2,821 bilhões. Esse número indica que em 2013 os alemães devem alcançar um saldo ainda mais expressivo que os US$ 6,932 bilhões obtidos no comércio bilateral com o Brasil em 2012.
A Alemanha, tradicionalmente um dos principais fornecedores ao Brasil de uma vasta gama de produtos de grande valor agregado, tem um intercâmbio superavitário com o País desde 1993. De lá para cá, em um total de vinte anos, os alemães acumulam saldo de mais de US$ 50 bilhões no comércio com o Brasil.