Renan Rossi Diez (*)
Problema, na definição da filosofia é, em geral, qualquer situação que inclua a possibilidade de uma alternativa. A palavra alternativa deriva de opções, ou seja, escolhas que podem ser feitas sobre todas as coisas. No cenário atual, a resolução do caos tem se mostrado difícil sem unidade e integração. As alternativas são restritas, por vezes opostas. Assim, nessas condições, nasce um trio que não é elétrico e nem música, mas sim, um grande problema: Política, Petróleo e Pandemia.
O trio atua em conjunto. Muito embora política e petróleo sempre foram objetos de problema, com o surgimento da pandemia, é nítido o grau de intensidade contraproducente que foi alcançada com a problematização desses três “P”s.
A pandemia da Covid-19 já é responsável pela maior crise do mercado mundial de petróleo dos últimos 30 anos. O mercado petroleiro encerrou março com redução de 30% no preço do barril. O isolamento social e a diminuição da produção industrial estagnaram a economia em proporções globais, contendo a demanda por petróleo e resultando na diminuição do preço do combustível.
O alerta já havia sido dado por diversas consultoras, mostrando que uma crise já rondava o mercado do petróleo por conta da superprodução e ausência de capacidade de armazenamento de combustível.
Para aqueles que idolatram políticos, um duro golpe. A Covid-19 tem exposto diversos líderes mundiais usando a pandemia como palanque. Embora o mundo clame por união política no combate à pandemia, naturalmente isso não se traduz em realidade, ao contrário, vemos cada vez mais diferenças ideológicas contaminarem o senso comum e, novamente, a politicagem dando força a problemas já existentes.
A Covid-19 escancarou e fortaleceu as falácias de uma sociedade sob declínio a beira do abismo. A boa notícia é que as alternativas florescem mesmo em ambientes hostis e, em breve o ciclo pandêmico chegará ao fim. Com o avanço das energias renováveis, a questão do petróleo também pode encerrar seu ciclo no futuro.
Historicamente, uma pandemia causada por vírus, tem um começo, um meio e um fim. Numa analogia simplista, vemos petróleo e covid-19 com ciclos finitos. Ao que parece, a politicagem não faz parte desse grupo, talvez, diferentemente do vírus, a politicagem seja um parasita, daqueles que morrem apenas com seu hospedeiro.
(*) Renan Rossi Diez. Diretor na Intervip Comércio Exterior. Graduado em Ciências Jurídicas e Sociais pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas; Pós-Graduado em Administração de Empresas e MBA em Gestão de Comércio Exterior e Negócios Internacionais pela IBE-FGV Campinas. Autor do livro Minuto Comex. Contato: renan@portalintervip.com.br