Da Redação
Brasília – A Tailândia quer aumentar as relações comerciais e de cooperação com o Brasil nos mais diferentes setores e tem entre seus principais objetivos no relacionamento bilateral a volta do crescimento do comércio, que atingiu o auge em 2012, quando somou a cifra recorde de US$ 4,575 bilhões.
Este ano, de janeiro a novembro, o comércio entre a Tailândia e o Brasil totalizou US$ 3,556 bilhões, com exportações brasileiras de US$ 1,644 bilhão –uma alta de 18,14% em comparação com igual período de 2013- e vendas tailandesas no montante de US$ 1.911 bilhão –queda de -7,61% em relação ao mesmo período do ano passado.
Nesta sexta-feira (5/12), a Tailândia comemora sua Data Nacional e 2014 marca ainda o 55o. aniversário do estabelecimento de relações diplomáticas entre os dois países, registrado em 1959.
Segundo o embaixador Pitchayaphant Charnbhumidol, “desde então, elas passaram a se beneficiar dos laços próximos e cordiais em todos os níveis. Além disso, nossa cooperação bilateral tem crescido. Muitos acordos e memorandos de entendimentos entraram em vigor, como os acordos em cooperação científica e tecnológica, de comércio, esportes e isenção de visto, e o memorando de entendimento sobre o estabelecimento de uma Comissão Conjunta para a Cooperação Bilateral”.
O chefe da missão diplomática tailandesa em Brasilia sublinhou que “em 2014, delegações tailandesas de alto nível, tanto de representantes do governo quanto de executivos de negócios, visitaram o Brasil para promover o comércio e os investimentos. Três seminários foram realizados no Rio Grande do Sul, em Minas Gerais e no Paraná, e outro em Bangcoc. Setores privados de ambos os lados expressaram grande interesse em desenvolver a cooperação comercial. Com a forte parceria, os benefícios mútuos continuarão crescendo e contribuindo para o desenvolvimento e a prosperidade dos dois países”.
Comércio bilateral
O embaixador Charnbhumidol destacou ainda que “mais importante, o comércio bilateral tem avançado significativamente. Em 2003, o Brasil tornou-se o maior parceiro comercial da Tailândia na America Latina, com volume total de troca de US$ 856 milhões. No ano passado, o comércio nas duas vias alcançou cifra de US$ 4,083 bilhões, um aumento de quase cinco vezes em dez anos”.
Depois de uma queda de 20,14% em 2014, este ano as exportações brasileiras para a Tailândia voltaram a crescer. Até o mês de novembro a alta foi de 18,14%. Mas as exportações brasileiras se concentram nos produtos primários. Apenas um deles, o complexo soja, foi responsável por 69,33% de todo o volume exportado para o país asiático. Da pauta exportadora constaram ainda outros produtos semimanufaturados de ferro/aço (US$ 44 milhões), algodão (US$ 41 milhões), couros e peles (US$ 68 milhões).
Em contrapartida, a pauta exportadora da Tailândia para o Brasil é bastante diversificada e com forte participação de produtos industrializados, de maior valor agregado. Da pauta constaram, entre janeiro e novembro, partes e acessórios de motocicletas (US$ 95 milhões), outras partes e acessórios de carroçarias para veículos automotores (US$ 93 milhões), motores diesel/semidiesel para veículos (US$ 83 milhões), unidades de discos magnéticos para discos rígidos (US$ 65 milhões), borracha natural granulada ou prensada (US$ 60 milhões) e outros polietilenos sem carga (US$ 50 milhões).
Segundo um funcionário do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, “as relações comerciais entre o Brasil e a Tailândia são excelentes e promissoras e existem grandes oportunidades a serem exploradas. Ao Brasil interessa sobretudo diversificar um pouco mais a pauta exportadora, hoje fortemente concentrada em commodities. É inegável que existem complementaridades entre nossas economias e elas devem ser exploradas. O Brasil poderá aumentar ainda mais as importações de produtos tailandeses mas também pretende ampliar e diversificar suas vendas para o país asiático. Nossa expectativa é de que em 2015 aconteça uma troca ainda mais expressiva de missões governamentais e empresariais entre os dois países, contribuindo para um maior conhecimento recíproco e para a elevação das trocas comerciais a um patamar condizente com as potencialidades das duas economias”.