Cuiabá – “A indústria mato-grossense caminha a passos largos para o crescimento e a economia estadual mantém uma evolução uniforme e linear”. Essa é a avaliação do presidente do Sistema Federação das Indústrias no Estado de Mato Grosso (Sistema Fiemt), Mauro Mendes, exposta durante coletiva de imprensa sobre os ‘Indicadores Econômicos Industriais de 2009’, ocorrida nesta quarta-feira (3), na sede da instituição.
Na ocasião, Mendes apresentou a análise referente ao desempenho das exportações, do consumo de energia elétrica, geração de empregos e da arrecadação de impostos federais e estaduais no período. O diretor da Fiemt, Gustavo de Oliveira e o assessor econômico da instituição, Carlos Vitor Timo, também participaram da entrevista.
O estudo mostra os números estaduais bem acima dos dados nacionais. “Para analisar economicamente um setor ou atividade e fazer projeções é preciso entender um contexto presente e passado. Vimos retomando o crescimento em 2007, após a crise do agronegócio, em 2008 disparamos em evolução – além das expectativas mais positivas – e 2009 pisamos novamente no freio por conta da crise internacional. Porém, mesmo assim, continuamos crescendo, o que só reforça a pujança de Mato Grosso. Acredito que em 2010 atinjamos o patamar de 10% de evolução”, analisou Mendes.
De acordo com ele, as indústrias tiveram papel fundamental no desenvolvimento do Estado e será protagonista do crescimento regional nos próximos anos. “Um dos principais fatores para essa evolução chama-se política de incentivos. Podemos constatar claramente nos números apresentados, que a arrecadação de Mato Grosso continua crescendo acima da média nacional, fato que mostra que não se deixa de recolher tributos em função de incentivos concedidos às indústrias, pelo contrário. Há muita visão distorcida sobre o assunto, mas reafirmamos que sem a política de incentivos fiscais do governo a evolução do setor não seria tão expressiva e, consequentemente, a economia estadual sentiria os reflexos”, pontuou o presidente.
O diretor Gustavo de Oliveira explica que o Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviço (ICMS) é um ‘bom termômetro’ da economia e da atividade industrial. “O ICMS total do Estado, que tinha aumentado 20,7% em 2008 cresceu apenas 2,4% em 2009, acusando o efeito da crise. Na indústria, a arrecadação que aumentou 27% em 2008, teve desempenho de 9,6% em 2009, mas mesmo assim bem maior do que os 2,4% do total estadual. Isso mostra que o setor é bem mais resistente do que a economia mato-grossense no geral, além de ser também crescente a importância de sua contribuição para a receita estadual, saindo de 30% em 2007 para 34% em 2009”.
Arrecadação de impostos
Nominalmente, a arrecadação federal em Mato Grosso cresceu 19% em 2008 em relação a 2007 e 7,8% em 2009 comparada a 2008. No país, a arrecadação federal que tinha crescido 13% em 2008 despencou para apenas 1,8% em 2009. No Estado, contribuímos com mais 7,8%. A arrecadação do Fundo Estadual de Transporte e Habitação (Fethab) não foi afetada pela crise, crescendo forte em 2008 e mais ainda em 2009, por conta principalmente do aumento de 80% na alíquota sobre o litro do óleo diesel transportado e na movimentação maior dos produtos agrícolas.
Consumo de energia elétrica
Em 2009, o consumo total e o consumo industrial cresceram 6% respectivamente, acusando a desaceleração por conta da crise, mas ainda sim com desempenho positivo. No mesmo período, o consumo total do país teve queda de 1,1%, puxada pela indústria com taxa negativa de consumo de 8%. A indústria de transformação como um todo teve crescimento acima da média do setor industrial, com 7,4%, destacando-se a indústria alimentícia e de bebidas com 8,9% e 11,9% respectivamente.
Exportações
Houve forte desaceleração nas vendas externas em 2009 em relação a 2008, mas ainda sim com resultado altamente positivo de 8,7% comparado com o país, que teve desempenho negativo de 22,7% nas exportações no mesmo período. Mato Grosso foi o único que teve taxa positiva dentre os maiores exportadores, saindo da 10ª posição para a 6ª do ranking nacional e, ainda, registrando o segundo maior superávit do país, atrás apenas de Minas Gerais. “O Estado contribuiu com 1/3 do resultado da balança comercial do país, o que é muito relevante”, comentou o assessor econômico da instituição, Carlos Vitor Timo.
Empregos
Os estoques de empregos formais no estado, em 2008, cresceram fortemente em quase todos os setores de atividades econômicas, exceto na indústria extrativa mineral e na administração pública. Em 2009, por conta da crise, tal dinamismo teve seu ritmo diminuído, especialmente para os segmentos da indústria, mas ainda registrando saldos positivos. “A análise mostra que a economia estadual mantém o dinamismo e apresenta sinais evidentes de crescimento, superando o quadro de retração do final de 2008, garantindo em 2009 resultado positivo para o PIB (Produto Interno Bruto) bem acima da média nacional, tal como no passado recente”, analisou Timo.
Fonte: Assessoria de Imprensa do Sistema FIEMT