Setor eletroeletrônico deve fechar o ano de 2013 com deficit de US$ 36 bilhões, prevê Abinee

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São  Paulo –  A balança comercial do setor eletroletrônico deverá fechar o ano de 2013 negativa em US$ 36 bilhões, segundo estimativa da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), que considera também tímidas as perspectivas do setor para 2014. Segundo projeção apresentada pela Abinee, as exportações do setor devem se manter estáveis e as importações podem aumentar aproximadamente 4%. Com isso, o déficit do setor atingirá US$ 37,7 bilhões.

Em 2013, o saldo da balança comercial do setor deve fechar negativo em US$ 36 bilhões, um resultado 11% superior ao déficit registrado em 2012. De acordo com a entidade, apesar da desvalorização cambial da ordem de 10%, estimada para 2013, as importações continuaram a ocupar espaço no mercado brasileiro, atingindo, no caso de bens acabados, a participação de 22,9% no consumo interno.

Já as exportações ficaram 5% abaixo dos negócios realizados no ano anterior, sendo que a sua representatividade no faturamento da indústria eletroeletrônica foi de 10,2%.

Para o presidente da Abinee,Humberto Barbato, todas as medidas adotadas pelo governo acabam por beneficiar a importação. Da análise do faturamento do setor, é possível verificar o quanto as importações cresceram. “Embora reconheçamos esforço do governo no sentido de reduzir custos, temos a taxa de câmbio valorizada e uma estrutura que penaliza a indústria nacional”, afirma Barbato.

No que diz respeito ao câmbio, a aposta do empresário é que a taxa fique na faixa de 2,70 em 2014. “Acredito que seja natural pelo movimento que vemos e também pelo contexto externo.”

Embora Barbato considere baixo o patamar de 10% da participação das exportações no faturamento do setor, avalia que o valor surpreende de forma positiva pelas mais adversas condições enfrentadas pelos exportadores. “Quem consegue exportar é porque está em algum segmento que a taxa cambial ainda permite fazer negócios.”

Outro problema levantado por Barbato é a ausência de novos acordos comerciais para facilitar a entrada de produtos em outros mercados. “O Brasil se preocupa com a África e a América Latina, mas a África recebe produtos da China e os países latinos estão envolvidos em acordos com o Pacífico. Por outro lado, os países com que mantemos relação são os que mais fecham mercados para nós, a exemplo da Argentina.”

Segundo o presidente da Abinee, não existe perspectiva para melhorar a situação das exportações no curto prazo. “Parece que o balanço da conta-corrente e a balança comercial não preocupam o governo nesse momento em que ainda há reservas”, conclui. (AC)

Fonte: Aduaneiras

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