Apesar de registrarem uma queda de quase 20% em Novembro comparativamente com Outubro, as empresas fabricantes e revendedoras de máquinas agrícolas comemoram o crescimento do setor em 2010, considerado o melhor desde o ano de 1976.
Em uma concessionária de Mogi da Cruzes (SP), o ano vinha embalado por alta nas vendas. Mas nos últimos dois meses, a procura pelas máquinas diminuiu. Na empresa, a meta é vender 10 tratores por mês. De fevereiro até setembro, isto foi possível e as metas foram alcançadas. Mas de outubro para cá, a realidade mudou um pouco. Foram vendidos no máximo cinco ou seis tratores por mês.
Segundo o gerente da concessionária, Onivaldo Redondo, são dois os principais motivos para a queda nas vendas: os bancos estão demorando para aprovar o pedido dos clientes e os produtores, com preço baixo dos produtos, retraem um pouco as compras.
E não foi só a loja que faturou menos no ultimo mês. Dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) revelam redução de 19,1% nas vendas entre novembro e outubro. Foram comercializadas cerca de mil unidades a menos no período. Na comparação com novembro do ano passado, o resultado também piorou, com queda de 11,2%.
Não houve mudança no panorama. A diminuição deste mês em relação ao outro tem a ver com a sazonalidade – explicou o vice-presidente de agronegócio da Anfavea, Milton Rego.
Mas os fabricantes garantem que a queda registrada neste ultimo mês não reflete o ano vivido pelo setor. Desde 1976, não eram vendidas tantas máquinas como agora, em 2010. Foram mais de 64 mil unidades, quase 15 mil a mais do que em 2009, uma alta de 30%. O principal motivo foi a maior oferta de financiamento em linhas subsidiadas pelo governo, como o Mais Alimentos, que garantiu melhor resultado na venda de tratores para agricultura familiar.
Na AGCO, o aumento nas vendas de tratores chegou a 50% no acumulado do ano. Como a linha de crédito também contempla as colheitadeiras, o gerente de marketing, Fábio Piltcher, afirma que a expectativa do setor para o ano que vem é otimista:
Para 2011 a gente tem uma expectativa muito boa também. Tem que se considerar que as commodities em geral estão num preço muito bom, ou seja, os vetores macroeconômicos apontam para uma situação muito boa.