São Paulo – O presidente executivo da União Brasileira de Avicultura (Ubabef), Francisco Turra, informou, hoje (28), que o setor avícola está preparado para receber a missão com autoridades sanitárias do Serviço Federal de Vigilância Sanitária e Fitossanitária da Rússia (Rosselkhoznadzor), prevista para os próximos dias, com o objetivo de avaliar o atendimento às exigências sanitárias impostas a plantas que hoje exportam para aquele mercado.
De acordo com o presidente da Ubabef, um grande esforço vem sendo promovido pelo setor avícola nacional para se manter como parceiro comercial do mercado russo. Isto, conforme explica, devido ao apreço do consumidor daquele país pela carne de frango made in Brazil. “Em encontro recente promovido na Embaixada do Brasil em Moscou, uma liderança de associação de consumidores da Rússia afirmou que a carne de frango brasileira é muito apreciada e disputada naquele mercado, devido aos níveis de qualidade e sanidade. O consumidor russo deseja ter acesso ao nosso produto”, disse o executivo.
Por este motivo, defende Turra, a Ubabef tem rechaçado qualquer ameaça ou insinuação de que o setor avícola brasileiro não está capacitado para exportar para o país-membro da União Aduaneira. “Não podemos trabalhar com hipóteses que denigram a imagem da cadeia exportadora avícola brasileira, que é líder mundial. A Rússia é, hoje, membro da Organização Mundial do Comércio (OMC), e todas as decisões que o governo russo tomar deverá atender às normas internacionais de comércio, e não a critérios especificamente nacionais”, destaca.
A afirmação de Turra vem após declaração de um representante do Rosselkhoznadzor, noticiada na imprensa daquele país, ameaçando agroindústrias avícolas brasileiras de embargo caso autoridades em missão sanitária no Brasil detectassem níveis de cloro acima do permitido pela Rússia na água usada nos abatedouros de frango.
Conforme informa o presidente da Ubabef, diferentemente do que foi especulado na notícia, o Brasil não utiliza cloro (como descontaminante de carcaças) no processo de abate de aves. O nível de cloro da água potável utilizado nos abatedouros brasileiros acata o que é recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e está de acordo com os padrões de potabilidade de água estabelecidos pelo Ministério da Saúde. O Ministério da Agricultura brasileiro já encaminhou documento oficializando a posição brasileira às autoridades russas sobre o tema.
Uma missão sanitária com técnicos do Rosselkhoznadzor estava prevista para visitar plantas avícolas brasileiras nesta semana. A visita foi adiada para os próximos dias, ainda sem data acertada.
As exportações brasileiras para a Rússia enfrentam problemas desde julho de 2011, quando embargos foram impostos a plantas avícolas do Brasil. Em 2010, a avicultura brasileira exportou para aquele mercado 145,1 mil toneladas. Em 2011, os embarques caíram para 60,5 mil toneladas e, em 2012, atingiram 69,5 mil toneladas.
Fonte: Assessoria de Imprensa da Ubabef