Saldo da balança comercial deve ficar próximo de zero em dezembro

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Brasília (Comex-DF) – Depois de ter apresentado em novembro o segundo pior resultado do ano, com superávit de apenas US$ 615 milhões, a balança comercial deve ter saldo próximo de zero em dezembro, segundo previsão do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). Por causa da deterioração do superávit comercial nos últimos meses, o secretário de Comércio Exterior, Welber Barral, afirmou hoje (01) que o saldo da balança neste ano será menor do que em 2008, quando somou US$ 24,96 bilhões.

Para Barral, a piora dos números reflete a lentidão na recuperação dos mercados compradores de produtos brasileiros e o aumento da concorrência em mercados como Estados Unidos e Europa, onde os produtos asiáticos, principalmente chineses, estão ganhando espaço.

Também tem impacto negativo na balança a valorização do real frente ao dólar, que estimula as importações. “O Brasil saiu da crise mais rápido do que outros países e é natural que tenha um mercado aquecido não só para os produtos nacionais, mas para os importados”, afirmou o secretário.

O resultado de novembro só não foi pior do que o déficit de US$ 529 milhões registrado na balança em janeiro. No acumulado do ano, o saldo comercial está em US$ 23,2 bilhões, apenas 2,5% acima do contabilizado no período de janeiro a novembro de 2008. Em meses anteriores, o superávit chegou a registrar aumento na casa dos 10% em relação ao ano passado. A diferença tem caído em função de uma expansão das importações e queda nas exportações. “Deve haver um equilíbrio entre exportações e importações em dezembro. O superávit será quase zerado, mas não diria que o País possa registrar déficit na balança comercial”, afirmou o secretário.

Barral disse que as vendas externas devem fechar o ano perto de US$ 151 bilhões, bem abaixo da estimativa inicial de US$ 160 bilhões. Em novembro, as exportações somaram US$ 12,65 bilhões, queda de 14,2% pela média diária em relação a novembro de 2008. As importações totalizaram US$ 12,04 bilhões, com retração de 8,2% na comparação com novembro do ano passado.

Exportações para os EUA caem 43,7%

Para 2010, o Ministério já divulgou uma meta de exportações de US$ 168 bilhões, o que significa um crescimento de mais de 10% em relação a 2009, mas bem abaixo dos quase US$ 200 bilhões conquistados em 2008. “Um cenário como o do ano passado dificilmente se repetirá. No ano que vem, deveremos voltar aos níveis de 2007”, disse Barral. O principal desafio, na sua avaliação, é recuperar as exportações para os Estados Unidos, que caíram 43,7% em 2009. Este ano, a China superou os EUA como principal parceiro comercial do Brasil.

A pauta de exportações para os Estados Unidos é composta principalmente de insumos, máquinas e equipamentos para as indústrias norte-americanas, que ainda não retomaram os níveis de produção após a crise financeira internacional. As vendas externas brasileiras de manufaturados, de janeiro a novembro, caíram 28,4% em relação ao mesmo período de 2008. “Isso mostra a necessidade de recuperar as vendas de manufaturados”, disse Barral. As exportações de básicos acumulam uma retração de 15,1%.

Também há  queda nas importações em todos os segmentos e mercados. As compras de bens de capital caíram 17,9% de janeiro a novembro, mas mostram recuperação nos últimos meses. Barral disse que a tendência é que as importações de máquinas e equipamentos cresçam em consequência do aumento dos investimentos e das obras de infraestrutura no Brasil. As compras no mercado internacional de matérias-primas tiveram retração de 29,5% no acumulado do ano e de bens de consumo, de 6,6%. Em novembro, chamou a atenção do governo o aumento nas importações de automóveis (35,1% a mais que em novembro de 2008) e de produtos para a ceia de Natal. As compras de castanhas, avelãs e pistache subiram 29,7%; de figos secos, 103,2% e de uísques, 68,8%.

Fonte: Agência Estado (02/12/2009)

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