São Paulo – A habilitação de plantas e o estabelecimento do fluxo de exportações para a Rússia deverão colocar o país do leste europeu como um dos cinco maiores importadores de carne de frango do Brasil. A constatação é do presidente-executivo da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Francisco Turra.
Segundo dados da ABPA, os embarques para a Rússia atingiram 20,9 mil toneladas em setembro (+291% em relação ao mesmo mês de 2013), gerando receita de US$ 51,7 milhões (+226,8%).
“Com a expansão dos negócios, o mercado russo passou a ocupar o sexto lugar nos embarques, representando 5,8% do volume total exportado pelo Brasil. A participação é ainda maior em receita, com 7,2%”, destaca o presidente da ABPA.
De acordo com o vice-presidente de aves da entidade, Ricardo Santin, o fluxo registrado nas primeiras semanas de outubro indica que o mercado russo deverá expandir ainda mais sua participação no total geral das exportações de carne de frango do Brasil.
“Mantido o ritmo atual, os embarques para a Rússia deverão superar, em outubro, a barreira das 30 mil toneladas mensais, colocando o país entre os cinco maiores importadores no mês. Esta é uma tendência que deve perdurar em 2015”, destaca.
China
Outro mercado que tem expandido sua participação dentre os mercados internacionais é a China, de acordo com o presidente da ABPA. “Após a habilitação de novas plantas para a China, o país asiático se estabeleceu como sexto maior mercado para o Brasil entre janeiro e setembro de 2014, com 168,5 mil toneladas, ou 5,7% do total exportado pelo Brasil neste ano”, ressaltou
Dados gerais
Conforme dados da ABPA, os embarques de carne de frango (considerando frango inteiro, cortes, processados e salgados) totalizaram 359,1 mil toneladas em setembro, volume 18,9% maior na comparação com o mesmo período de 2013. Em receita, a elevação foi de 23,8%, chegando a US$ 715,9 milhões.
Verificado o período entre janeiro e setembro, as exportações do setor atingiram 2,965 milhões de toneladas, resultado 3,5% superior em relação aos nove primeiros meses do ano passado. Em receita, houve queda de 1,8% em relação ao registrado no mesmo período do ano passado, com US$ 5,879 bilhões registrados entre janeiro e setembro deste ano. Em agosto, este índice comparativo era negativo em 4,6%.
Considerando os embarques por destino, os países do Oriente Médio continuam como principais importadores de carne de frango brasileira em 2014, com 1,039 milhão de toneladas (-5% em relação ao acumulado entre janeiro e setembro de 2013). A Ásia, na segunda posição, apresentou crescimento de 7,8% no mesmo período, atingindo 881,4 mil toneladas. No terceiro posto, o mercado africano foi responsável pelos embarques de 381,1 mil toneladas (-2,1%). Para os países da União Europeia foram exportadas 309,8 mil toneladas (+1,1%). Em quinto lugar, os países das Américas importaram 262,2 mil toneladas (+37,9%). Para a Europa Extra-EU foram embarcadas 89,1 mil toneladas (+37,3%) e, para a Oceania, 1,5 mil toneladas (+24,3%).
Principal importador da carne de frango do Brasil (com 16,6% de participação nas exportações brasileiras), a Arábia Saudita foi destino de 491,3 mil toneladas entre janeiro e setembro, resultado 3,6% menor na comparação com os nove primeiros meses do ano passado. Em segundo lugar (com 10,5% do “share”), a União Europeia, vista como um mercado único, importou 309,8 mil toneladas (+1,1%). Com desempenho semelhante, o Japão (terceiro maior mercado, com 10,4% de participação) atingiu volumes equivalentes a 306,9 mil toneladas (+6,3%). Em quarto lugar, Hong Kong, com 8% de participação, importou 237,5 mil toneladas (-3,2%). Para os Emirados Árabes Unidos, segundo maior mercado do Oriente Médio e quinto no quadro geral (com 6,5% de participação), foram embarcadas 192,3 mil toneladas (+1,6%).
Os cortes de frangos continuaram como principal produto exportado pelo setor em volumes, com 1,629 milhão de toneladas embarcadas entre janeiro e setembro deste ano (+6,3% maior em relação ao ano anterior). De frango inteiro, segundo item da pauta, foram embarcadas 1,080 milhão de toneladas no mesmo período (-0,9%). Já de carnes salgadas e industrializados foram exportadas, respectivamente, 138,2 mil toneladas (+8,2%) e 116,9 mil toneladas (+3,2%).
Fonte: ABPA