São Paulo – A Rússia confirma a intenção de manter o Brasil como o seu provedor especial de carne suína. Em maio, liderou as vendas do Brasil em volume e receita. Na prática, os russos estão materializando a informação que transmitiram ao ministro da Agricultura, Neri Geller, no final de maio, que a Rússia terá necessidade urgente de carnes e que dará tratamento especial ao Brasil. Na ocasião, Geller encontrou-se com Sergey Dankvert, responsável pelo serviço de defesa agropecuária da Rússia.
A Rússia respondeu por 37,71% das exportações brasileiras de carne suína em maio. Ficou em primeiro lugar no ranking dos importadores, com 51,85% da receita do mês, seguida por Hong Kong, com 21,73%, e Angola, com 10,42%.
“É muito bom termos a Rússia como um cliente interessado em adquirir volumes crescentes de carne suína brasileira, que sobressai em qualidade e sanidade. Neste momento, em que um dos grandes problemas na área de proteína animal, no mundo, é a diarreia suína epidêmica (PEDv), que afeta a produção dos Estados Unidos, do Canadá e do México, o Brasil é visto como um fornecedor confiável e estável. Temos recebido inúmeras consultas de países importadores, justamente por estarmos conseguindo manter nossos rebanhos livres de doenças que acometem suínos em outras partes do mundo”, diz Francisco Turra, presidente-executivo da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA).
Total exportado em maio
As exportações brasileiras de carne suína (in natura e processados), em maio, atingiram 38.441 toneladas e uma receita de US$ 121,62 milhões. Houve queda de 12,34% no volume exportado em relação ao mesmo mês de 2013 e aumento de 6,63% na receita. O preço médio também subiu 21,65% em maio, na comparação com maio do ano passado.
“A elevação do preço internacional de carne suína se deve a um dos fatores que têm sido apontados por nós nos últimos meses: a redução dos volumes de carne suína no mundo, em decorrência de eventos sanitários em mercados produtores, como a Europa e os Estados Unidos”, observa Rui Eduardo Saldanha Vargas, vice-presidente de suínos da ABPA.
No acumulado do ano, o Brasil embarcou 191.898 toneladas, com receita de US$ 531,62 milhões, queda de 4% no volume e de 0,03% no valor, em relação a igual período do ano passado.
Principais destinos em maio
A Rússia comprou 14.495 t de carne suína em maio e respondeu por 37,71% das vendas brasileiras. Em seguida, o mercado que mais comprou foi Hong Kong: 8.355 t (participação de 21,73% nas exportações). Angola foi o terceiro maior cliente, com 4.007 t e uma participação de 10,42%. Os outros dois principais destinos foram Cingapura (2.809 t) e Uruguai (1.961 t).
Rússia: elevação em maio e no acumulado do ano – A Rússia aumentou em 2,92% as compras do Brasil em maio, em relação a maio de 2013. Em receita, a elevação foi de 54,83% no mesmo período.
De janeiro a maio, a Rússia importou 61.527 toneladas de carne suína brasileira por US$ 224,02 milhões. Houve um aumento de 9,29% em volume e de 33,58% em receita, na comparação com o mesmo intervalo de 2013.
Queda nas vendas para Hong Kong
Hong Kong, um dos cinco maiores clientes da carne suína brasileira, comprou menos em maio. Houve uma queda nas importações de 34,56% em volume (8.355 t) e de 35,10% em valor (US$ 20,95 milhões), em relação a maio do ano passado.
De janeiro a maio, a redução nas vendas para Hong Kong foi de 2,09% em toneladas (48.076 t) e de 4,81% em receita (US$ 115,55 milhões).
Principais destinos da carne suína em 2014
1º Rússia – 61.527 toneladas – 32,06%
2º Hong Kong – 48.076 toneladas – 25,05%
3º Angola – 21.060 t – 10,97%
4º Cingapura – 14.082 t – 7,34%
5º Uruguai – 8.498 t – 4,43%
Fonte: ABPA