Real valorizado provoca queda de 1,1% em volume nas exportações de calçados no mês de abril

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Novo Hamburgo – Dados elaborados pela Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), revelam uma queda nos embarques de calçados na ordem de 1,1% em volume e incremento de 14,8%  em valores gerados no comparativo com igual mês do ano passado. O mês quatro fecha com a exportação de 8,33 milhões de pares por US$ 79,26 milhões.

No comparativo com março, a queda é expressiva, de 22,8% em pares e 17,5% em dólares. No acumulado dos quatro meses do ano, as exportações chegaram a 39,67 milhões de pares e US$ 338,27 milhões, queda de 1,5% em volume e aumento de 14,4% em relação ao mesmo período de 2016.

O presidente-executivo da Abicalçados, Heitor Klein, destaca que o movimento de queda é resultado de vendas com um real valorizado sobre o dólar, o que encarece o preço do produto nacional. “Quando essas exportações que estão chegando às estatísticas hoje foram negociadas o dólar estava na faixa de R$ 3,15, um valor que torna a nossa competitividade muito difícil além-fronteiras”, comenta.

Segundo o executivo, para compensar o alto custo de produção no Brasil, o dólar ideal deveria gravitar entre R$ 3,50 a R$ 3,60. O executivo avalia, ainda, que dificilmente os exportadores terão algum incremento nos embarques ao longo do ano.

Destinos
O principal destino do calçado brasileiro nos quatro meses foram os Estados Unidos, para onde foram embarcados 4 milhões de pares que geraram US$ 64,26 milhões, quedas de 13% em volume e de 2,1% em receita no comparativo com igual ínterim do ano passado.

A Argentina, segundo destino do produto nacional, importou 3 milhões de pares que geraram US$ 48,68 milhões, incrementos de 49% em volume e 89% em dólares no comparativo com mesmo período de 2016.

O terceiro destino foi a Bolívia, para onde foram embarcados 3 milhões de pares por US$ 19 milhões, incrementos de 14% em volume e de 30,8% em receita no comparativo com o ano passado.

Origens
No quadrimestre, o maior exportador brasileiro de calçados foi o Rio Grande do Sul, que embarcou 9 milhões de pares que geraram US$ 147,68 milhões, incrementos de 5% em volume e 16% em receita no comparativo com mesmo período de 2016. O Estado respondeu por 44% do total gerado com exportações no quadrimestre.

O segundo exportador foi o Ceará, de onde partiram 14,78 milhões de pares por US$ 84 milhões, queda de 3,2% em volume e incremento de 6,7% em receita no comparativo com o ano passado.

São Paulo apareceu na terceira colocação do ranking. No quadrimestre, os paulistas exportaram 2,7 milhões de pares que geraram US$ 40,7 milhões, queda de 20,3% e incremento de 12,6%, respectivamente.

Importações em alta
Ao mesmo tempo em que as exportações caíram, as importações seguiram o ritmo de alta. Favorecida pelo real valorizado, a entrada de calçados estrangeiros no Brasil aumentou 18% em pares e 19,7% em dólares no comparativo entre abril de 2016 e de 2017. No mês passado, foram importados 1,6 milhão de pares por US$ 23 milhões. Com o resultado, no quadrimestre as importações chegaram a 9,5 milhões e US$ 123 milhões, queda de 0,3% em volume e aumento de 2,4% em dólares na relação com o mesmo período de 2016.

Asiáticos dominam
As principais origens seguem sendo os países asiáticos, que respondem por mais de 85% das importações de calçados. No quadrimestre, partiram do Vietnã 3,55 milhões de pares pelos quais foram pagos US$ 67 milhões, queda de 2,2% em volume e aumento de 4% em dólares no comparativo com igual período do ano passado.

A segunda origem do quadrimestre foi a Indonésia, que exportou para o Brasil 1,42 milhão de pares por US$ 24,5 milhões, quedas de 1% e 3,2%, respectivamente.

O terceiro maior exportador de calçados para o País foi a China, de onde partiram 3,52 milhões de pares pelos quais foram pagos US$ 13,28 milhões, quedas de 4% e 14%, respectivamente.

Em partes – cabedais, solas, saltos, palmilhas etc – entraram no Brasil o equivalente a US$ 14,73 milhões, 19,7% menos do que primeiro quadrimestre do ano passado.

Acesse as tabelas completas clicando aqui

 

(*) Com informações da Abicalçados

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