Da Redação
Brasília – São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte ou Brasília. Estas são algumas das metrópoles que vêm à memória de qualquer cidadão se questionado sobre qual é o município que que mais importa em todo o Brasil. A resposta certa é nenhuma delas.
Em 2020, Macaé, no estado do Rio de Janeiro, foi o líder do ranking nacional dos importadores entre os 5.568 municípios existentes no país. No ano passado, Macaé importou bens no valor total de US$ 10,109 bilhões, contra US$ 7,581 bilhões importados pela megalópole São Paulo, por exemplo.
Carinhosamente apelidada de “Princesinha do Atlântico”, pelos seus 23 quilômetros de litoral, viu sua economia dar saltos gigantescos a partir de 1970, com a descoberta das gigantescas reservas petrolíferas na Bacia de Campos, plataforma continental brasileira.
Apesar do nome “Bacia de Campos”, é em Macaé que se situam as instalações da Petrobras e as empresas do setor offshore. Da bacia são extraídos 80% do petróleo brasileiro e 47% da produção de gás natural do país, motivo este que levou a mídia e especialistas a conferir à Macaé o título de “Capital Nacional do Petróleo”.
Bens e equipamentos ligados à exploração petrolífera são responsáveis pela quase totalidade das importações realizadas pelo município para atender à demanda da Petrobras. Ano passado, as compras externas totalizaram US$ 10,109 bilhões, com uma alta de 90,5% comparativamente com o total importado em 2019 (US$ 5,307 bilhões).
Em contrapartida, as exportações, que apresentaram uma retração de 37,6%, somaram US$ 916 milhões. A corrente de comercio (exportação+importação) do município fluminense alcançou a cifra de US$ 11,025 bilhões (contra US$ 6,778 bilhões em 2019) e o resultado final foi um déficit de US$ 9,194 bilhões, o maior acumulado entre todos os municípios brasileiros no ano passado.
De acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do Ministério da Economia, e compilados pelo Comexdobrasil.com, em 2020, Macaé foi responsável por 6,46% nas importações totais do Brasil (40,8% das importações do estado do Rio de Janeiro) e por 0,4% nas importações totais do Brasil.
Os principais produtos da pauta importadora macaeense foram barcos-farois, barcos-bombas, guindastes flutuantes, produtos que, graças a um aumento expressivo de 176,9% comparativamente com as importações realizadas em 2019, totalizaram a cifra de US$ 7,5 bilhões. Em seu conjunto, esses itens responderam por 74% de todo o volume importado por Macaé em 2020.
Outros produtos em destaque da pauta importadora foram tubos flexíveis (US$ 1,24 bilhão), torneiras, válvulas, etc (US$ 828 milhões), e tubos e seus acessórios (US$ 269 milhões).
A exemplo do que aconteceu com o Brasil como um todo em 2020, a China também foi o principal país de destino das exportações de Macaé. Apesar da queda de 36,2% em relação ao ano anterior, as vendas ao país asiático geraram receita no total de US$ 602 milhões, correspondentes a 65,7% de todo o volume exportado pelo município.
Além da China, entre os principais importadores de produtos de Macaé figuram, Espanha (US$ 97 milhões e 10,6% de participação), Estados Unidos (US$ 50,9 milhões e participação de 5,56%) e França (US$ 25 milhões equivalentes a 2,78% do volume total exportado).