Preço do minério de ferro provoca queda nas exportações para a China e intercâmbio tem redução no superávit e alta na corrente de comércio

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Da Redação

Brasília –   A queda expressiva no valor embarcado do minério de ferro contribuiu de forma decisiva para a redução da participação chinesa nas exportações brasileiras em 2022. Depois de situar-se sempre num patamar acima de 30% (31,3% em 2021), as vendas para o mercado chinês recuaram para 26,8% no ano passado. Por outro lado, a China viu crescer de 21,7% para 27,5% o volume de produtos embarcados para o Brasil de 2021 para 2022.

Principal fonte de superávits comerciais para o Brasil, no ano passado, ainda que tenha respondido por mais de 45% do resultado final de 2022, as trocas entre os dois países foram favoráveis ao Brasil em US$ 28,974 bilhões, ante US$ 40,257 bilhões registrados em 2021.

No ano passado, o Brasil exportou para a China mercadorias no valor total de US$ 89,719 bilhões (alta de 2,1% sobre o ano anterior), enquanto as vendas chinesas somaram US$ 60,745 bilhões (elevação de 27,5% sobre o ano anterior).

A corrente de comércio bilateral (exportação+importação) passou de US$ 135,559 bilhões para US$  150,463 bilhões, com uma alta de 11% sobre o ano anterior.

A soja continua sendo o carro-chefe das exportações brasileiras para a China, com embarques no total de US$ 31,8 bilhões, superiores em 17,1% (equivalentes a US$ 4,6 bilhões) ao volume exportado em 2021. A participação a oleaginosa nas vendas totais aos chineses foi de 36%.

A queda nos preços internacionais fez com que a receita obtida com as exportações de minério de ferro aos chineses tivesse uma forte queda de 37% (US$ 10,7 bilhões, em valores), mas a commodity seguiu ocupando o segundo lugar no ranking dos principais produtos embarcados para a China, com uma participação de 20%.

Com uma alta de 17,9% e vendas totais de US$ 16,8 bilhões, o petróleo bruto foi o terceiro item mais vendido à China, respondendo por uma fatia de 19% nas exportações totais para o país asiático.

Com participação menos expressiva, mas nem por isso menos relevante, a carne bovina e celulose completaram a lista dos cinco principais produtos embarcados para o mercado chinês pelas empresas brasileiras no ano passado. A carne gerou uma receita de US$ 8 bilhões, graças a um forte aumento de 104% e uma participação de 8,9% nos embarques totais.  A celulose foi outro produto importante nas exportações para a China com receitas no total de US$ 3,3 bilhões.

Do lado chinês, a pauta exportadora seguiu integrada exclusivamente por produtos industrializados, de maior valor agregado e foi marcada igualmente pela forte pulverização dos itens embarcados no Brasil entre os bens manufaturados.

Válvulas e tubos termiônicas foram o principal item embarcado para o Brasil, no valor total de US$ 5 bilhões, uma forte alta de 106% sobre o volume exportado em 2021. O item respondeu por 8,2% das vendas totais ao Brasil. A lista dos Top 5 foi integrada ainda pelos equipamentos de telecomunicações (no total de US$ 4,1 bilhões, queda de 15,1% e participação de 6,8%); inseticida, rodenticidas, etc, (com receita de US$ 3 bilhões e participação de4,9%); demais produtos da indústria de transformação (US$ 2,9 bilhões, alta de 11% e participação de 4,8%); e adubos ou fertilizantes (embarques  no valor de US$ 2,4 bilhões).

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