Lançado na passada, estudo também apresenta, de forma sucinta, dados macroeconômicos do bloco, dos países e das relações comerciais do Brasil com os demais pares, além de informações sobre investimentos e acordos
Brasília – Dando seguimento aos perfis especializados em continentes ou blocos econômicos, a Agência Brasileira de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) acaba de lançar o Perfil Mercosul, com foco no bloco econômico que o Brasil integra junto com Argentina, Paraguai e Uruguai.
A retomada das pautas do comércio exterior brasileiro e da liderança econômica do Brasil no bloco sul-americano têm contribuído para dar novo impulso ao Mercosul. Nesta terça-feira (4), o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, assumiu a presidência do bloco – que é rotativa por seis meses – até o fim deste ano.
O bloco foi o 4º destino das exportações brasileiras em 2022. Entre os membros do Mercosul, o principal comprador foi a Argentina, com 70,5% do total exportado. A pauta exportadora do Brasil para o bloco é notadamente diversificada e composta, em sua maioria, por produtos manufaturados.
Um dos destaques é o complexo de equipamentos de transporte, como veículos de passageiros, partes e acessórios de veículos automotivos, veículo de transporte de mercadorias e motores de pistão e suas partes. Juntos, esses setores representaram 21,5% da pauta de exportação ao Mercosul em 2022. Por sua vez, o Brasil é o primeiro país de origem das importações do bloco.
O estudo aponta, também, 5.319 produtos com oportunidades para as exportações brasileiras no Mercosul, mapeados pelo Mapa de Oportunidades da ApexBrasil. Os setores de grande potencial são abrangentes, incluindo veículos, máquinas, eletrônicos, plásticos, ferro e aço. O Perfil traz, ainda, dados sobre modais de transporte, sendo o principal deles o rodoviário, tanto nas exportações quanto nas importações.
A ApexBrasil tem, atualmente, 15 Projetos Setoriais com foco no Mercosul, em setores diversos como Alimentos e Bebidas, Máquinas e Equipamentos, Saúde e Economia Criativa.
Investimentos e acordos
As boas relações comerciais entre o Brasil e os vizinhos do Mercosul também se estendem aos investimentos estrangeiros. Na última década, os investimentos do Mercosul no Brasil deram um impressionante salto de 83%, atingindo a marca de US$ 14 bilhões em 2021. Os setores de destaque foram tecnologia, agronegócio e serviços financeiros.
Esse valor é um terço do estoque de Investimentos Estrangeiros Diretos do Mercosul, excluindo o Brasil, em todo o mundo, que correspondem a US$ 48,2 bilhões. Chamam a atenção os anúncios de investimentos da Sancor Seguros, da Argentina, que somaram US$ 125 milhões entre 2014 e 2019; e a contribuição da Corporación América na expansão do Aeroporto de Brasília, estimada em US$ 535 milhões em 2014.
Por outro lado, o Brasil também vem intensificando sua presença nos países vizinhos, com investimentos que somaram US$ 13,2 bilhões em 2021. Entre os negócios de destaque, há a expansão de uma fábrica de calçados na Argentina e o patrocínio de uma planta eólica, pela Eletrobras, em Artilleros Tarariras, no Uruguai, com valor estimado US$ 100 milhões.
Essa troca de investimentos é uma via de mão dupla, com benefícios e oportunidades para ambas as partes. Com o fluxo de capital, as empresas têm mais chances de crescer e se desenvolver, enquanto os consumidores podem ter acesso a produtos e serviços mais diversificados. Além disso, essas parcerias fortalecem os laços econômicos entre o Brasil e os países do Mercosul, fator crucial ao desenvolvimento conjunto da região.
O bloco também já possui acordos comerciais com diversos parceiros; extrarregionalmente, com a Índia, desde 2009, e, intrarregionalmente, com o México, desde 2003. Atualmente, o grande desafio apontado nesse sentido é a conclusão do Acordo de Associação entre a União Europeia e o Mercosul.
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(*) Com informações da ApexBrasil