Pela primeira vez em 15 anos, Brasil tem déficit no intercâmbio comercial com a Rússia

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Da Redação

Brasília –  Com fortes quedas nas exportações de carne bovina (-46,93%), carne suína (-12,26%), de pedaços e miudezas de galos/galinhas (-39,57%), além de forte retrações nos negócios envolvendo açúcar de cana (-15,39%) e de soja, mesmo triturada (-30,58%), a balança comercial brasileira com a Rússia acumula nos cinco primeiros meses do ano uma queda de 23,17%. No período, as exportações brasileiras totalizaram US$ 950 milhões, enquanto as vendas russas para o Brasil somaram US$ 1,062 bilhão.  No período janeiro/maio, a Rússia acumula um superávit de US$ 112 milhões no comércio com o Brasil. Os dados são do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).

Caso venha a ser mantida essa tendência de forte contração nas exportações brasileiras e uma elevação moderada (+349%) nas exportações russas, pela primeira vez a balança bilateral poderá encerrar o ano com um superávit para a Rússia. A última vez em que isso aconteceu foi no ano 2000, quando os russos alcançaram um saldo de US$ 148 milhões. Ano passado, de janeiro a maio, as trocas com a Rússia proporcionaram ao Brasil um superávit de US$ 1,026 bilhão.

A retração nas exportações de carnes, açúcar e soja não foi compensada pelo aumento nas vendas de outros produtos que integram a pauta exportadora brasileira para a Rússia. As exportações de ferro nióbio cresceram 23,31% (US$ 11 milhões), fumo (+34,15% para US$ 9,4 milhões), suco de laranja (+ 110,94% para US$ 2 milhões) mas não foram suficientes para equilibrar a balança comercial com a Rússia.

Em relação às exportações russas, deve-se destacar aumentos fortes nas vendas ao Brasil de produtos como alumínio não ligado em forma bruta, com elevação de 67,84% em 2015 sobre 2014, gerando receita no total de US$ 188 milhões e de nitrato de amônio, que somaram US$ 94 milhões, alta de 13,97% sobre US$ 82 milhões exportados no período janeiro/maio do ano passado.

Também merece destaque o fato de que diversos produtos figuraram pela primeira vez nas exportações da Rússia para o Brasil. As vendas de naftas para petroquímica, por exemplo, geraram um total de US$ 46 milhões, enquanto as exportações de gasolina para aviação somaram US$ 17 milhões. Da pauta também constaram hidroegnos-ortofosfatos de diamonio (US$ 16 milhões), catoos d cobre refinados (US$ 15 milhões) e máquinas ferramentas para forjar metais, martelos, etc (US$ 14 milhões).

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