Curitiba – As importações do Paraná mantiveram em agosto a tendência de crescerem em um ritmo mais rápido do que as exportações. Os embarques do estado somaram US$ 1,449 bilhão, valor 31% acima do registrado em agosto de 2009. A entrada de produtos teve um incremento maior, de 75%, para US$ 1,371 bilhão.
No ano, as importações acumulam alta de 52%, para US$ 8,5 bilhões, e as exportações, de 17%, para US$ 9,3 bilhões. Apesar da forte expansão do comércio internacional, a balança comercial do Paraná ainda não se recuperou completamente da crise econômica. Nos oito primeiros meses do ano, as exportações ficaram 14% abaixo do que foi visto no mesmo período de 2008. No caso das importações, o volume de 2010 ainda está 11% abaixo do verificado em 2008.
De acordo com uma análise do Departamento Econômico da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), as exportações de produtos manufaturados, com maior valor agregado, estão se recuperando de maneira lenta e não voltaram ao nível de 2008. Durante a crise, os embarques de manufaturados caíram para 39% do total exportado pelo estado.
“Os produtos manufaturados, que chegaram a representar 57,4% das exportações em 2006, atingiram 39% em 2009, perdendo a primeira colocação para os produtos básicos, que passaram de 29% em 2006 para 49% em 2009”, destaca Maurílio Schmitt, coordenador do Departamento Econômico da Fiep. Com a retomada, os manufaturados passaram para 42% da pauta de exportação do Paraná, contra 44% dos básicos.
Apesar da lentidão, são visíveis alguns sinais de expansão nos embarques do setor industrial. As exportações de produtos da categoria de materiais de transportes, que inclui veículos, cresceram quase 50% nos primeiros oito meses de 2010, na comparação com o mesmo período do ano passado.
As vendas de produtos da indústria mecânica tiveram alta de 58%, enquanto os materiais elétricos e eletrônicos avançaram 30%. Além disso, a montadora Renault apareceu como a empresa que mais exportou neste ano, com vendas de US$ 650 milhões, seguida pela cooperativa Coamo, que exportou US$ 500 milhões.
Apesar desses sinais, a pauta de exportação do estado ainda está bastante concentrada em commodities agrícolas. Somente o complexo soja representou um terço dos embarques do Paraná neste ano. As carnes responderam por outros 13% da pauta. “Também notamos que outros dois grupos vêm ganhando espaço: açúcar e preparações alimentícias diversas, que juntas representam atualmente mais de 9% das exportações”, comenta Schmitt.
O aumento das compras do exterior, de 52% neste ano, ocorre em quase todas as categorias de itens que entram no estado. A importação de materiais de transporte, principal grupo da pauta, cresceu 59% nos primeiros oito meses do ano, chegando a US$ 1,6 bilhão, seguida pelo grupo de petróleo e derivados, que teve expansão de 79%, para US$ 1,3 bilhão.
A aceleração das importações também provocou uma mudança no ranking dos países de origem das compras do Paraná. No período de janeiro a agosto, a China assumiu a primeira colocação, com vendas de US$ 1,182 bilhão, ultrapassando a Argentina, que exportou US$ 1,023 bilhão ao estado. Também houve crescimento expressivo nas importações da França (alta de 114% no ano) e da Suécia (124%), provocadas pela retomada do setor automotivo no estado.
Fonte: Jornale