Mulheres na internacionalização: organizações brasileiras apresentam soluções inovadoras

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A participação feminina no mundo dos negócios é historicamente inferior à masculina. Mas as organizações brasileiras querem mudar essa realidade.

Rodrigo Solano (*)

No último dia 29 de fevereiro, a área internacional da ABIMAPI – Associação da Indústria Brasileira de Biscoitos, Massas Alimentícias e Pães e Bolos Industrializados – lançou o programa “ABIMAPI International para Mulheres”.

O Programa, cujo formato é considerado pioneiro entre as organizações que constituem a agroindústria, alimentos e bebidas, é baseado em 4 pilares:

Preparação, Conexão/Colaboração, Inspiração e Promoção. E, como ícone de inovação, as participantes recebem o “Passport ABIMAPI International para mulheres”, em que “carimbam” e controlam sua jornada para a internacionalização.

A iniciativa que visa uma maior inserção das mulheres na atuação internacional é consonante com incentivo e apoio da ApexBrasil, que no evento foi representada por Paula Soares, responsável por Estratégias de Promoção Internacional do Agronegócio, Alimentos e Bebidas na organização.

Com base em indicadores levantados pela ApexBrasil no ano passado, a executiva apresentou que são 133 mulheres atuando em cargos de liderança no comércio internacional brasileiro, em diversos segmentos além do agro. A maior parte delas corresponde a PMEs e tem 36 e 60 anos, mas metade ainda não participa de nenhum projeto de apoio à internacionalização. Além disso, a presença de lideranças femininas tende a ser inferior à medida que a posição hierárquica se torna mais alta.

Mas a estratégia de inserção das mulheres em posições-chave para a condução do comércio exterior tem fundamento. Os indicadores mostram que as mulheres investem mais em educação, apostam em ações promocionais diferenciadas, valorizam estudos de mercado e veem de forma positiva o apoio de organizações como as da ApexBrasil.

Do evento constaram dois painéis em que mulheres espalhadas por diversos países e regiões do Brasil trocaram experiências sobre os desafios e as conquistas na atuação internacional. Entre os destaques, foi a participação de Márcia Gomide e de Daniela Felipe da SP Negócios, organização que promove a internacionalização de empresas de São Paulo, entre outras atividades.

Gomide, Diretora Executiva de Negócios e Exportação da SP Negócios, apresentou o universo de atividades que compõem o apoio e o fomento à internacionalização na maior cidade brasileira. Revelou que as mulheres constituem maior parte de sua equipe e reforçou as evidências que corroboram que uma maior participação feminina nas lideranças deve contribuir para resultados positivos.

Embora a área internacional da ABIMAPI tenha como diretor um homem, Rodrigo Iglesias, foi Renata Boes, Gerente de Promoção Comercial da ABIMBAPI Internacional que conduziu a maior parte do evento com destreza e habilidades mais adequadas às dinâmicas entre as mulheres presentes e reforçando o comprometimento da ABIMAPI com o tema.

Contudo as mulheres deram voz a Iglesias, que fez um alerta sobre atitudes inconscientes que homens costumam ter como, por exemplo, ocupar os lugares de fala antes de pensar se seria mais adequado que uma mulher o fizesse. Segundo sua explanação, ímpetos como esse podem ser prejudiciais à efetividade das atividades cotidianas.

Apresentando evidências e relatos, o evento mostrou que a internacionalização tem muito a ganhar com uma maior participação feminina. Seja pelas evidências ou pela busca por uma composição de gêneros mais equilibrada nas lideranças internacionais, não restam dúvidas: uma maior inclusão feminina é missão para todos nós! E para começar já temos bases de apoio, entre as quais:

(*) Rodrigo Solano, Especialista em Internacionalização e Relações Interculturais

www.thinkglobal.com.br

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Instagram: @tgintercultural

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