Brasília – Uma delegação de consultores australianos reuniu-se nesta quarta-feira (21), com representantes da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), para conhecer o potencial de crescimento e logística de exportação brasileira. A comitiva está em visita ao país com a proposta de discutir as oportunidades e desafios da produção e comercialização de grãos, pois tem interesse em realizar investimentos no setor.
Os australianos estão especialmente interessados na produção de soja e milho, desde a capacidade de armazenagem até o escoamento da safra. Além do Brasil, o grupo vai visitar os principais países da América do Sul, como Argentina e Uruguai. Um dos pontos discutidos no encontro foi a logística.
A Superintendente de Relações Internacionais da CNA, Tatiana Palermo, apresentou uma série de projetos de investimento em logística que preveem construções de mais trechos de rodovias, ferrovias e hidrovias no chamado Arco Norte, localizado acima do paralelo 16 que corta os estados do Mato Grosso e Goiás. O objetivo é facilitar e baratear o escoamento de metade da produção de grãos do país, hoje concentrada no Arco Norte. Dos 52% da safra de grãos ali produzidos, apenas 14% são exportados pelos portos do Norte. O restante desce até dois mil quilômetros de rodovia e acaba congestionando os portos do Sul e Sudeste.
A comitiva foi liderada pelo Presidente do Conselho de Diretores da CBH, Neil Wandel, e o Diretor Geral Rede de Fornecimento e Inovação, Colin Tutt. O grupo CBH é uma cooperativa que representa mais de 140 mil produtores de grãos da região ocidental e costa leste da Austrália. A empresa é uma da principais organizações de grão do país com mais de 4.500 sócios e de uma produção anual de 10 a 14 milhões de toneladas.
A cooperativa australiana também conheceu os números que revelam a dimensão da área de produção do Brasil, que ocupa apenas 27% do território nacional, uma vez que 61% da cobertura nativa estão preservados. Os executivos demonstraram interesse em investir na armazenagem e transporte de grãos e em construir novas relações com o setor.
Fonte: CNA