Ministro de Myanmar visita CNA e revela interesse em importar produtos agrícolas brasileiros

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Brasília – O ministro da Agricultura de Myanmar, Ohn Myint, expressou a intenção do país em ampliar o comércio com o Brasil no setor agropecuário, em reunião nesta terça-feira (28), com o presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), João Martins. A comitiva asiática revelou interesse na compra de carnes bovina, suína e frangos, ração à base de milho e soja, além de solicitar cooperação na área de pescados.

A República da União de Myanmar é um país do sul da Ásia continental limitado ao norte e nordeste pela China, a leste pelo Laos e a sudeste pela Tailândia. O presidente da CNA demonstrou satisfação com a possibilidade de o Brasil estabelecer comércio de produtos agropecuários com aquele país, que tem  uma população estimada em 53 milhões de habitantes, 70% vivendo na área rural.

“Necessitamos de transferência de conhecimentos tecnológicos neste setor. E quero incluir o nome de Myanmar como parceiro nas relações do agronegócio brasileiro”, realçou o ministro Ohn Myint.

De acordo com João Martins, o Brasil dispõe de uma ferramenta que assegura a sanidade e a qualidade do produto brasileiro, a Plataforma de Gestão Agropecuária (PGA). O instrumento garante maior controle, transparência e credibilidade dos sistemas agropecuários, registrando todas as ocorrências praticadas por produtores, frigoríficos, fabricantes de elementos de identificação animal, órgãos executores de sanidade agropecuária, entre outros.

A PGA integra o Banco de Dados Único (BDU), com informações dos órgãos executores de sanidade agropecuária dos estados e dados corporativos do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). Assim, o ministério tem o controle de todas as operações agropecuárias do país, desde informações de cada propriedade até o registro do trânsito de animais.

O Brasil tem a maior empresa de pesquisa de agricultura tropical do mundo, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), grande responsável pela evolução da nossa agropecuária. Dos seus laboratórios nascem novas sementes, tecnologias de ponta em agricultura de precisão, aplicação de insumos e defensivos agrícolas, produção de máquinas agrícolas, técnicas de georreferenciamento aplicada e engenharia de irrigação. E tem uma entidade que leva todo esse conhecimento ao campo – o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR).

Neste contexto, com seu vasto recurso e know-how, é esperado do Brasil grande contribuição na produção mundial de alimentos no futuro, além do aperfeiçoamento contínuo dessas tecnologias. “O SENAR se coloca à disposição para levar seu conhecimento, informação e tecnologia para Myanmar”, frisou Daniel Carrara, secretário executivo do SENAR.

Comércio bilateral

O Brasil é o único país na América Latina a abrigar uma representação diplomática de Myanmar. Além disso, em 2013, os dois países assinaram um Acordo de Cooperação Técnica, que possibilita parcerias bilaterais em áreas como: agricultura; segurança alimentar e políticas sociais; saúde (produção de soro antiofídico); transporte aéreo; energias renováveis (hidroeletricidade); software; finanças; processo legislativo; educação; recursos humanos e esportes.

O comércio entre Brasil e Myanmar cresceu significativamente nos últimos anos. Apesar das importações brasileiras de produtos daquele país terem se mantido estáveis, as exportações mais que triplicaram nos últimos cinco anos, chegando a US$ 35 milhões em 2014. As importações brasileiras de produtos de Myanmar somaram apenas US$ 1,9 milhão no mesmo ano.

Assim, o saldo da balança comercial dos dois países foi positivo para o Brasil em US$ 33 milhões. Do valor total de exportações brasileiras para Myanmar, 88% do total (US$ 31 milhões) são referentes a produtos do agronegócio: farelo de soja e café.

Fonte: CNA

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