Wagner Rossi acredita que comércio agrícola com árabes seguirá tendência de alta

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Fonte: ANBA

São Paulo – O mercado árabe já é um importante parceiro comercial para o Brasil e os negócios devem seguir em expansão. A afirmação foi feita pelo ministro da Agricultura, Wagner Rossi, nesta segunda-feira (26), em São Paulo. “O presidente Lula tem um apreço muito grande pelos países árabes. E nossas relações comerciais são crescentes e, sem dúvida, terão um desenvolvimento muito grande pois são economias complementares”, disse.

“Eles já são nossos fornecedores de fertilizantes e nós, como produtores e exportadores de alimentos, temos plenas condições de exportar ainda mais para eles”, afirmou. De acordo com o ministro, nos últimos anos ocorreu um desenvolvimento muito forte das relações comerciais entre o Brasil e o mercado árabe. “Basta verificar os números da balança comercial”, destacou.

As exportações brasileiras do agronegócio para os países árabes cresceram 17,2% no primeiro semestre de 2010 em relação ao mesmo período de 2009, passando de US$ 2,9 bilhões para US$ 3,4 bilhões. A participação dos países árabes na pauta das exportações do setor foi de 9,9% do total.

Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos e Argélia foram os maiores mercados na região. Os produtos mais exportados para os árabes foram açúcar e carne, que juntos representaram 84% do total das exportações do agronegócio brasileiro para os árabes, totalizando US$ 2,9 bilhões.

Na semana passada, o ministro Rossi participou de encontros com o ministro dos Negócios Estrangeiros da Argélia, Mourad Medelci, e com o ministro da Agricultura da Jordânia, Said Al-Masri, em Brasília.

“Existe um grande interesse em planos de cooperação e já estamos nos preparando para garantir uma maior abertura nesses mercados”, afirmou. “Além da parte comercial, da exportação de alimentos, há interesse em assinar acordos de cooperação entre a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) e as agências de pesquisa dos dois países, que já estão sendo providenciados”, garantiu o ministro.

Rossi contou que os dois países árabes também querem exportar para o Brasil. O ministro argelino falou sobre azeite de oliva e pescado. Já o jordaniano sobre as tâmaras cultivadas no país. “Estamos em plena fase de desenvolvimento de novas ações comuns e vamos seguir com o crescimento”, disse.

Agricultura forte

Rossi destacou que o Brasil hoje tem uma economia agrícola forte, que exporta para mais de 200 países. Segundo ele, a safra 2010/2011 começou com resultados recordes de produção. É o caso da segunda safra ou “safrinha” de milho, que chegou a 147 milhões de toneladas, da safra de soja que rendeu 68 milhões de toneladas, e ainda, da produção recorde de 660 milhões de toneladas de cana-de-açúcar, que garantiram a produção de açúcar e etanol.

O ministro destacou que o avanço de volume ocorreu sem ampliar a área plantada. “Nos últimos cinco anos o Brasil aumentou em 25% a área plantada e cerca de 150% o volume de produção”, disse. Hoje o país ocupa um quarto do território para agricultura e possui mais de 100 milhões de hectares degradados que podem ser recuperados.

Este ano o Plano Safra disponibilizou R$ 16 bilhões para estimular práticas agrícolas. Uma fatia desse bolo, R$ 3,15 bilhões, foram liberados para as boas práticas agronômicas, que incluem recuperação de áreas degradadas, sistema de consorciação entre agricultura e pecuária, plantio direto e florestal.

União européia

Em relação a sua recente visita à Bruxelas, na Bélgica, o ministro destacou que a reunião da qual participou com 40 importadores locais foi bastante informativa para ambas as partes, mas que a retomada das relações entre o Brasil e os países da União Européia deve ocorrer a médio e longo prazo, pois alguns países da região ainda estão em crise.

“Como eles ainda estão fazendo alguns ajustes, é provável que diminuam subsídios agrícolas e isso possibilite maior competitividade para o Brasil, que poderá voltar a fornecer para a Europa”, disse.

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