São Paulo – O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge, discutiu hoje (4) as estratégias para aproximar os empresários brasileiros e sauditas na área da agricultura. “Há uma preocupação enorme nos países do Oriente Médio com a segurança alimentar, porque eles não têm água, terras agricultáveis e precisam de lugares onde se produza e possam comprar alimentos com segurança”.
O ministro reforçou ainda a possibilidade de investimentos da Arábia Saudita em negócios dos setores de suco de laranja congelado, aviões, produtos derivados do café, máquinas de terraplanagem e ferramentas, entre outros, para aumentar o fluxo de produtos entre os dois países. “No segundo semestre de 2009, o Brasil exportou US$ 1,3 bilhões para a Arábia Saudita e importou US$ 1,5 bilhões”, disse após se reunir com uma delegação de autoridades e empresários da Arábia Saudita, na capital paulista.
Segundo o presidente da Câmara de Comércio Árabe Brasileira, Salim Taufic Schahin, o interesse da Arábia Saudita no Brasil se deve ao baixo risco para investimentos e também à necessidade de garantir segurança alimentar para aquele país.
“O Brasil tem uma grande expertise nessa área e uma grande fronteira agrícola para ser expandida. Temos certeza de que com mais investimento externo na nossa agricultura, nós poderemos exportar cada vez mais para o mundo e para os países que quiserem investir no Brasil. O interesse da câmara é unir os esforços dos povos árabes com o Brasil”, afirmou.
Para Schahin, o potencial de crescimento do comércio entre os dois países é muito expressivo e deve fechar o ano em torno dos US$ 20 bilhões. Ele destacou que o Brasil está no foco dos países árabes mesmo com as dificuldades logísticas. “Para eles, o Brasil é um parceiro muito importante principalmente no agrobusiness, porque importam muita comida e necessitam desses produtos”, disse.
De acordo com o secretário de Relações Internacionais do Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Célio Porto, o encontro é uma conjunção de interesses que pode representar uma grande oportunidade para o Brasil. “A Arábia Saudita é um país grande em população, em renda e não tem condições de produzir. Ao contrário, está desestimulando a produção agrícola por causa de falta de água e o Brasil tem uma das maiores disponibilidades de água do mundo, tem grandes extensões territoriais para agricultura. Falta-lhe o capital para acelerar o investimento e capital eles têm”, destacou.