Brasília – O Brasil mantém-se à frente no seleto grupo dos maiores produtores mundiais de alimentos. E pode avançar ainda mais, ampliando sua participação no mercado. Essa é a avaliação do ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Wagner Rossi, ao fazer um balanço dos oito anos do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Ele considera que é possível ao país atingir um novo status, levando-se em consideração os índices de desenvolvimento, terras agricultáveis e adoção de tecnologia agrícola desenvolvida pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). “Não há dúvida de que a agricultura brasileira tem condições de continuar competitiva e na vanguarda, principalmente em função das pesquisas genéticas, da produção racional e equilibrada, com foco na preservação do meio ambiente”, aponta Wagner Rossi.
O governo estima que, na safra agrícola 2010/2011, a colheita de grãos pode chegar a 149,1 milhões de toneladas, caso as condições climáticas se mantenham favoráveis. Wagner Rossi destaca que tais fatores levaram o Brasil ao desenvolvimento acelerado de sua produção agrícola e a uma situação praticamente única no mundo: a autossuficiência em todos os produtos da cesta básica, com exceção do trigo. “Mesmo assim, a produção tritícola nacional é suficiente para atender metade do consumo interno”, ressalta.
Segundo Rossi, além de produzir a maioria dos alimentos que consome, o Brasil ainda é o maior exportador mundial do complexo soja (grão, farelo e óleo), carnes, açúcar e produtos florestais. No ranking mundial, o país ocupa a liderança na produção de açúcar, café em grãos e suco de laranja, e a segunda posição em soja em grãos, carne bovina, tabaco e etanol.
Força econômica
O agronegócio, que inclui toda a cadeia produtiva, desde o campo até o consumidor, é um dos motores da economia brasileira, responsável por 25% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional e um terço dos empregos. Em 2009, a produção agropecuária representou 42% das exportações, com US$ 64,7 bilhões dos US$ 152,2 bilhões exportados pelo Brasil. Entre janeiro e novembro de 2010, as vendas a países renderam US$ 70,3 bilhões na balança comercial. “Nossa expectativa é que o superávit supere os US$ 60 bilhões”, destaca Wagner Rossi.
Ele considera animador e positivo o balanço da agricultura brasileira nos últimos oito anos. Em 2003, o Brasil colheu 123,2 milhões de toneladas de grãos. Neste ano, 149 milhões de toneladas, um incremento de 21% na produção. “O melhor é que esse resultado vem do aumento de produtividade”, explica, citando que a área plantada teve variação de 17% no período.
Segundo os dados do Ministério da Agricultura, em 2003, a lavoura ocupava área de 40 milhões de hectares. Em 2010, representa 47 milhões de hectares. Na previsão da próxima safra agrícola, essa área praticamente se mantém, apesar do aumento previsto da produção. Isso significa que o Brasil produz mais alimentos numa área que se mantém constante – ou seja, o crescimento das safras se deve ao aumento da produtividade.
O ministro Wagner Rossi destaca que a política agrícola do governo Lula, a partir de 2009, adotou medidas específicas para estimular a classe média rural, as cooperativas e a agricultura sustentável. “O governo intensificou as medidas que buscam aprimoramento e expansão do apoio à preservação do meio ambiente, com a criação de linhas de crédito e novos programas de incentivo à adoção de práticas conservacionistas, incluindo a recuperação de áreas degradadas e a redução da emissão de gases que provocam efeito estufa”, afirma.
Ele cita como exemplos, os programas Agricultura de Baixo Carbono (ABC), de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp), de Desenvolvimento Cooperativo para Agregação de Valor à Produção Agropecuária (Prodecoop) e de Incentivo à Produção Sustentável do Agronegócio (Produsa). “Com esses programas, o governo federal dá uma efetiva demonstração de comprometimento com a sustentabilidade ambiental do agronegócio”, avalia o secretário de Política Agrícola.