Maior mercado para os produtos industriais do Brasil, EUA são também principal parceiro no comércio de serviços

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Da Redação (*)

Brasília – A relação comercial entre Brasil e Estados Unidos vem ganhando cada vez mais importância. Em 2022, o comércio de bens da indústria de transformação entre as economias registrou os melhores resultados da série histórica, iniciada em 1997: foram US$ 29,5 bilhões em exportações e US$ 43,1 bilhões em importações. Os EUA são o principal destino das exportações da indústria de transformação brasileira e a segunda origem das importações.

Outro fator relevante é que os EUA são o principal parceiro brasileiro no comércio de serviços. O Brasil exportou US$ 115,6 bilhões para o país na última década, o que representa 42,5% das vendas de serviços no período. Só na última década, as compras brasileiras de serviços dos Estados Unidos somaram US$ 143,3 bilhões, o que corresponde a 29,3% do total das aquisições brasileiras totais de serviços.

O comércio  de bens e serviços entre o Brasil e os Estados Unidos foram temas debatidos durante a visita da Representante Comercial dos Estados Unidos, Embaixadora Katherine Tai, que se reuniu com membros da Confederação Nacional da Indústria (CNI), neste mês, para discutir possibilidades de fortalecer a parceria comercial e aumentar os investimentos entre o país e o Brasil. Em sua primeira viagem ao território brasileiro no atual cargo, a embaixadora falou em estreitar laços entre as economias e aproveitar oportunidades.

Atualmente, os Estados Unidos são o segundo principal parceiro comercial do Brasil, atrás apenas da China, e os resultados dos últimos anos são expressivos: entre 2013 e 2022, o comércio de bens somou US$ 274,2 bilhões em exportações e US$ 335,3 bilhões em importações, totalizando US$ 609,5 bilhões em corrente de comércio.

A Embaixadora Tai expressou o interesse em trabalhar em conjunto e afirmou que o cenário promovido pelas atuais gestões governamentais – tanto do Brasil quanto dos EUA – proporciona alinhamento significativo entre os dois países.

A diretora de Desenvolvimento Industrial e Economia da CNI, Lytha Spíndola, apresentou a atuação da CNI, reforçou a prontidão do Brasil para ampliar parcerias e destacou as principais medidas do Plano de Retomada da Indústria – propostas entregues ao vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin –, que a CNI considera “absolutamente necessárias e indispensáveis” para a competitividade da indústria e a retomada do crescimento econômico do país.

“A indústria contribui com cerca de 24% do PIB e responde por quase 70% das exportações brasileiras e por 66% dos investimentos em pesquisa e desenvolvimento, além de representar 34% da arrecadação federal de tributos”, afirmou Lytha.

Prioridades da agenda de sustentabilidade e clima

A diretora de Relações Institucionais da CNI, Mônica Messenberg, apresentou as prioridades da agenda de meio ambiente e sustentabilidade da indústria e explicou que a proposta de medidas para a reindustrialização se pauta em quatro pilares: transição energética, mercado de carbono, economia circular e conservação florestal.

Foto: Portal da Indústria

A diretora ressaltou que, diante de uma preocupação cada vez maior com o meio ambiente e com a descarbonização, o Brasil tem muito a contribuir e pode, inclusive, ser o grande protagonista na agenda internacional.

“84% da matriz energética do Brasil são de fontes renováveis. Há baixa intensidade de carbono na indústria, uma vez que emitimos muito pouco em relação às outras áreas como transporte e agricultura. Além disso, o país tem a segunda maior produção mundial de biocombustíveis; a maior biodiversidade do planeta, com 20% do total das espécies da terra; uma ampla cobertura florestal, com 58% do território nacional; e a maior disponibilidade hídrica do mundo, com 12% das reservas”, justificou a diretora.

O vice-presidente global de Relações Institucionais da Embraer e presidente da seção brasileira do Conselho Empresarial Brasil-Estados Unidos (Cebeu), José Serrador, reforçou o compromisso do setor empresarial pela busca da ampliação e aprofundamento da agenda entre os dois países.

“Temos três pilares de prioridades para a agenda bilateral: o primeiro grande pilar está relacionado à integração da cadeia de suprimentos, o segundo diz respeito à implementação dos Protocolos de Facilitação de Comércio e do Acordo de Reconhecimento Mútuo do Programa OEA, que serão fundamentais para ajudar as empresas brasileiras e norte-americanas a se integrarem melhor; e o terceiro é referente à cooperação de questões multilaterais para a reforma da OMC”, citou Serrador.

Representantes da CNI e do Governo dos EUA participaram da reunião

Participaram do encontro desta terça-feira, ainda, os Representantes Adjuntos de Comércio dos Estados Unidos para o Hemisfério Ocidental e para Relações Públicas, Daniel Watson e Adam Hodge; a Sub-Representante Adjunta de Comércio dos Estados Unidos para a América Latina, Courtney Smothers; a chefe de gabinete do Escritório da Representante de Comércio dos Estados Unidos (USTR), Heather Hurlburt; e o adido econômico da embaixada dos Estados Unidos no Brasil, Kareem Dright.

Do lado brasileiro, também estiveram na reunião o superintendente de Negócios Internacionais do SENAI, Frederico Lamego; o gerente-executivo de Meio Ambiente e Sustentabilidade, Davi Bomtempo; a gerente de Comércio e Integração Internacional da CNI, Constanza Negri; e a gerente de Relações Internacionais da CNI, Fernanda Maciel.

(*)  Com informações da CNI

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