Renata Giraldi
Agência Brasil
Brasília – O presidente Luiz Lula da Silva e o mandatário uruguaio, José “Pepe” Mujica, articulam a criação de uma comissão de integração do setor produtivo para facilitar o comércio bilateral entre os dois países. O acordo deve ser fechado na próxima segunda-feira (29), durante a visita de Mujica a Brasília. Também serão negociadas obras no setor de energia, construção de pontes e transporte marítimo.
A visita de Mujica ao Brasil é a primeira desde sua posse no último dia 1º. Daqui seguirá para a Venezuela. O presidente uruguaio que é famoso por cultivar hábitos simples, nesta viagem pela América do Sul está usando voos comerciais embora tenha direito a utilizar uma aeronave própria.
Observadores que acompanham as relações entre Brasil e Uruguai afirmam que a visita terá um caráter econômico e de política intrenacional. Tanto é que temas, como a ajuda ao Haiti e eventuais mudanças em relação ao tratamento dispensado ao governo do presidente de Honduras, Porfirio “Pepe” Lobo, ocuparão espaço semelhante ao do Mercosul.
Lula e Mujica deverão reunir-se no começo da noite de segunda-feira (29). Antes, o uruguaio terá conversas com ministros, parlamentares e empresários brasileiros. Um dos objetivos de Mujica é ampliar o comércio bilateral entre o Brasil e o Uruguai que é de US$ 2,6 bilhões.
A ideia de criar uma comissão de integração do setor produtivo tem o objetivo de dar mais agilidade nas negociações comerciais com a redução dos processos operacionais o que permitirá que eventuais acordos ocorram mais rapidamente.
A prioridade é um projeto de interconexão de energia elétrica com uma linha de transmissão de 500 megawatts. Para os uruguaios, a maior demanda energética é no período do inverno que costuma ser rigoroso e há necessidade de energia para aquecer os ambientes. Já no Brasil, a demanda aumenta no verão em decorrência da utilização de ar-condicionado e chuveiros.
Mujica e Lula também deverão fechar uma parceria para a construção da segunda ponte sobre o Rio Jaguarão, entre as cidades de Jaguarão (no Rio Grande do Sul) e Rio Branco (no Uruguai).
Os dois presidentes deverão definir ainda um acordo para melhorar a infraestrutura portuária e a navegabilidade entre a Lagoa Mirim, na fronteira do Rio Grande do Sul com o Uruguai – que é segunda maior lagoa do Brasil – e a Lagoa dos Patos, que é considerada a maior do país.
O comércio bilateral entre os dois países tem os uruguaios vendendo carne bovina, cereais, sementes, leite, madeira e carvão e os brasileiros exportando combustíveis e óleos, além de máquinas, veículos, tratores e caldeiras.