Logística pode garantir competitividade da agropecuária brasileira, afirma professor da Esalq

Compartilhe:

Brasília – “A logística é um fator chave para a competitividade da agropecuária brasileira, reduzindo diretamente o chamado custo Brasil e, em função desse cenário, existem formas de estabelecer estruturas no país, especialmente os meios na logística, mudando a expectativa com relação à região Norte fortalecendo o desenvolvimento do setor agrícola”, é o que afirma Thiago Guilherme Péra, da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP).

Thiago Guilherme Péra, da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz
Thiago Guilherme Péra

Ele falará sobre o tema “Logística: Desafios e Oportunidades para a região Norte”, no evento Dia de Mercado  que a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e Federação das Agricultura e Pecuária do Estado Acre (FAEAC) realizam dia 21, em Rio Branco (AC).

A região Norte, nos últimos anos, destaca Guilherme Péra, tem recebido grande atenção dos governos, no segmento de logística, por mostrar novos caminhos para o agronegócio reduzir custos, por meio de soluções intermodais integradas (envolvendo rodovias, hidrovias e portos). A região, diz ele, também conhecida como “Arco-Norte”, vem apresentando taxas de crescimento de exportação de produtos do agronegócio superiores aos demais corredores existentes no país.

Pequena radiografia da logística

Para o especialista da Esalq/USAP, em termos de infraestrutura, “a nossa matriz de transporte é responsável pela fluidez da movimentação das cargas do agronegócio no território nacional, afetando uma série de indicadores – dentre eles, a segurança da via, emissões de gases de efeito estufa, tempo de viagem e custos”.

Guilherme Pera lembra que, de acordo com a Confederação Nacional do Transporte (CNT, 2014), a matriz brasileira de transportes de carga é composta pela participação do modal rodoviário na ordem de 61,1%; do ferroviário de 20,7%; do aquaviário de 13,6% e dos demais modais (dutoviário e aéreo) com 4,6%. O fato é que a infraestrutura de transporte do país é ineficiente, diz o técnico. Exemplos estão nas rodovias que margeiam os grandes centros produtores do agronegócio brasileiro em condições que podem melhorar, garantindo a segurança e reduzindo os custos logísticos – para as rotas de longas distâncias (as quais representam uma fatia considerável da distribuição de cargas do agronegócio).

Utilizar mais ferrovias

Outro dado, segundo ele, está no fato de o “país apresentar uma rede ferroviária problemática, dos 30 mil quilômetros de ferrovias, apenas um terço é utilizado”, assinala. Os portos brasileiros concentram todas as cargas de exportação do setor e quando isso acontece nos períodos de safra, os gargalos aumentam devido ao fato da capacidade portuária ser inferior à demanda, ocasionando filas quilométricas de caminhões carregados – o chamado “estoque sobre rodas”.

Há um grande esforço de grupos privados para viabilizar o crescimento de tal corredor logístico através de investimentos, envolvendo equipamentos de transporte e terminais, diz o técnico. Nesse cenário, o governo precisa desempenhar efetivamente o papel de viabilizar e consolidar o empreendimento através de investimentos em melhorias de infraestruturas e de garantias de concessões nesta região.

Serviço

Evento: Dia de Mercado da Pecuária de Corte

Data: 21 de Setembro

Local: Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Acre (FAEAC)

Inscrições: pelo e-mail cna.campfuturo@cna.or.br ou pelos telefones (68) 3224.1797; (68) 9971-8498; (68) 9984.0443 ou (68) 999-5535 (Whatsap) com Andreia Carvalho.

Fonte: CNA

Tags: