Riad – Em missão oficial na Arábia Saudita, a ministra Kátia Abreu (Agricultura, Pecuária e Abastecimento) apresentou a empresários árabes e sul-americanos oportunidades de investimentos no agronegócio brasileiro, setor que responde por 23% do Produto Interno Bruto nacional. Ela participou neste domingo (8) do IV Fórum Empresarial América do Sul – Países Árabes.
Kátia Abreu ficará até amanhã (10) na capital Riade, onde deverá concluir as negociações com o governo saudita para a retomada das exportações de carne bovina brasileira – mercado que está fechado desde 2012. Ainda com o objetivo de conquistar novos mercados, a ministra seguirá para os Emirados Árabes, Índia e China durante a missão.
A ministra firmou durante o fórum que o Brasil é e continuará sendo um confiável produtor e exportador de alimentos, contribuindo para garantir a segurança alimentar dos países árabes. Destacou que o país é grande produtor de determinados produtos que ainda não entraram no mercado saudita, como arroz, frutas e suco de laranja.
“O Brasil é uma superpotência na produção de alimentos, sendo o maior produtor e exportador mundial de açúcar, café e suco de laranja e o segundo de soja em grãos e de carne bovina”, disse.
Lembrou que a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) projeta crescimento de 40% do setor agrícola brasileira em 2019 na comparação com o período entre 2007 e 2009.
“A FAO tem toda razão em esperar isso do Brasil, porque, na verdade, conseguiremos aumentar ainda mais. Temos terra e tecnologia para isso”, destacou a ministra.
A base do desenvolvimento da agropecuária brasileira, afirmou, é a tecnologia. Com pesquisa e inovação desenvolvidas pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), o Brasil conseguiu fazer uma poupança de terras nos últimos 40 anos, dando uma guinada em sua produtividade, que saltou de 1,4 toneladas por hectare para 4,5 ton/ha.
“Para produzir o volume atual de grãos com a produtividade que tínhamos 40 anos atrás, com a tecnologia de 1976, seriam necessários 3,3 vezes a área de cultivo atual, que é de 156.6 milhões de hectares”, afirmou. “Conseguimos tirar mais soja, milho, arroz, feijão, do mesmo espaço de chão. Quem proporcionou isso foi a ciência e a tecnologia”.
Logística
A ministra falou aos empresários sobre a mudança geográfica da produção de soja e de milho no Brasil. A região Norte, acima do paralelo 16, concentra 56% de toda a produção de grãos. Destacou o elevado potencial do Matopiba, que hoje já responde por 10% da produção de grãos nacional e apresenta inúmeras oportunidades de investimentos.
A logística para escoamento dos alimentos produzidos no arco norte, porém, não acompanhou a mudança geográfica da produção e ainda se concentra nos portos das regiões Sul e Sudeste, segundo a ministra.
O governo brasileiro trabalha para inverter a lógica do escoamento dos grãos e, para isso, procura atrair investimento privado. “Queremos que o arco norte seja objeto de análise e de interesse dos investidores”, afirmou a ministra, lembrando que, desde a instituição do novo marco regulatório dos portos, em 2013, a iniciativa privada pode se habilitar para construir portos e terminais privados.
“Em menos de três anos, já temos 47 terminais de uso privativo construído ou em construção, tamanha a demanda nessa região”, explicou a ministra.
Fonte: Mapa