Renan Diez (*)
Um grande ponto de interrogação. De fato, é o que há de mais visível nesse horizonte nebuloso que a pandemia impôs ao mundo. Há incertezas em todas as áreas. Economia, saúde e política dão passos sem saber ao certo o que encontrar ao final do caminho. É cedo para projeções, mas tarde demais para um efeito colateral extremamente perigoso que se instalou desde o início do caos, seu nome: Incerteza.
A questão da reabertura econômica é um dos pontos mais discutidos dessa pandemia. Alguns países já estão tentando reabrir a economia, diante da quebra brutal do crescimento. Caminhamos para uma recessão, mas por quanto tempo? Ao menos até o fim da pandemia, ou seja, quando?
A globalização é um caminho sem volta, mas qual será a reação dos países ao final disso tudo? Haverá algum tipo de fechamento ou campanhas nacionalistas? Não acredito na frenagem da globalização, porém, é certo que podem haver alterações nas rotas. Muitos falam na tentativa de descentralização da China, mas, será possível fazer isso? É viável?
Antes da pandemia, um dos principais assuntos no cenário internacional era a guerra comercial entre Estados Unidos e China. E agora? O grau de atrito entre esses países vai aumentar ou diminuir? Os acordos feitos antes da pandemia serão cumpridos ou não? A rivalidade geopolítica entre Estados Unidos e China deve ficar mais evidente ao final dessa crise.
A grande oscilação do dólar é outro ciclo de interrogações. Entre as principais economias desenvolvidas e emergentes, o Real foi a moeda que mais se desvalorizou perante o dólar em 2020. Uma das principais razões que colaboram para essa desvalorização é justamente a questão da imprevisibilidade e incerteza do atual momento econômico, sanitário e político interno, que afastam os investidores estrangeiros de nosso país.
Há tempos os Estados Unidos mantêm sua hegemonia econômica entre os países do globo. Em novembro deste ano devem ocorrer as eleições presidenciais. O octógono da batalha por quem vencerá as eleições já tem tema e desafiante ao título. O vencedor deve ser aquele que apresente as melhores armas para conter a China e manter a hegemonia americana do mundo moderno. Qual sua opinião? Pode exercê-la sem medo, a incerteza ainda prevalece.
(*) Renan Rossi Diez. Diretor na Intervip Comércio Exterior. Graduado em Ciências Jurídicas e Sociais pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas; Pós-Graduado em Administração de Empresas e MBA em Gestão de Comércio Exterior e Negócios Internacionais pela IBE-FGV Campinas. Autor do livro Minuto Comex. Contato: renan@portalintervip.com.br